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Mais de 570 palestinos morrem em 14 dias de ofensiva em Gaza

No total, 27 foguetes caíram sobre Israel sem deixar vítimas. Mais de 1.500 projéteis foram disparados a partir da Faixa de Gaza desde o início das hostilidades

21 jul 2014 - 16h07
(atualizado às 16h09)
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<p>Estado hebreu continua determinado a manter as operações aéreas e terrestres em Gaza</p>
Estado hebreu continua determinado a manter as operações aéreas e terrestres em Gaza
Foto: Nir Elias / Reuters

A ofensiva do Exército de Israel contra o movimento palestino Hamas na Faixa de Gaza já deixou mais de 570 palestinos mortos, em sua maioria civis, e 25 soldados israelenses, apesar dos apelos da comunidade internacional por uma trégua.

Após um domingo sangrento na Faixa de Gaza com mais de 140 palestinos e 13 soldados israelenses mortos, o Estado hebreu continua determinado a manter as operações aéreas e terrestres em Gaza para impedir os disparos de foguetes palestinos.

Nesta segunda-feira, o Exército israelense indicou que mais sete soldados tinham morrido em combates em Gaza nas últimas 24 horas, elevando a 25 o número de militares mortos desde o início da ofensiva.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, indicou em um comunicado que o secretário de Estado americano, John Kerry, vai tentar obter um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza. Kerry chegou na noite desta segunda-feira ao Cairo, que também recebe a visita do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Veja momento em que bombas atingem islamitas :

Ban faz um apelo para que a violência na região acabe "imediatamente".

Este é o quinto conflito entre Israel e o Hamas desde a retirada do Exército israelense de Gaza em 2005.

Nesta segunda, 43 palestinos foram mortos e dezenas de corpos encontrados entre os escombros, aumentando para 560 o número de vítimas palestinas, de acordo com os serviços de emergência de Gaza, um território controlado pelo Hamas.

Pelo menos quatro pessoas morreram em um ataque aéreo israelense contra um hospital do centro da Faixa de Gaza, indicaram os serviços de emergência.

Enquanto isso, a situação humanitária chega a níveis cada vez mais insustentáveis. As 67 instalações da ONU começam a ser insuficientes para os 87.000 deslocados. Mulheres e crianças não encontram lugar para se sentar nem mesmo nos corredores.

No sul de Israel, o Exército matou mais de dez combatentes palestinos que haviam conseguido se infiltrar por dois túneis subterrâneos.

As localidades israelenses perto da Faixa de Gaza foram colocadas em estado de alerta e seus moradores, advertidos a não sair de suas casas.

No total, 27 foguetes caíram sobre Israel sem deixar vítimas. Mais de 1.500 projéteis foram disparados a partir da Faixa de Gaza desde o início das hostilidades.

Apesar do número crescente de vítimas, o ministro israelense dos Serviços de Inteligência, Yuval Steiniz, considerou que os "combates correm o risco de durar muito tempo", enquanto o ministro das Comunicações disse que "este não é o momento para se falar em uma trégua".

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou em um comunicado que a operação se desenvolvia conforme o planejado, inclusive superando as expectativas em relação à destruição de túneis subterrâneos do Hamas em direção a Israel.

Mas em Nova York, o Conselho de Segurança da ONU pediu o retorno "ao acordo de cessar-fogo de novembro de 2012" entre Israel e o Hamas e fez um apelo para que as leis humanitárias internacionais sejam respeitadas.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU deve se reunir na quarta-feira em Genebra para discutir a crise.

Antes de viajar ao Egito, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, havia denunciado a ações atrozes do Exército israelense em Shejaiya, onde mais de 70 palestinos foram mortos no domingo.

Ban visitará nos próximos dias Kuwait, Cairo, Jerusalém, Ramallah (Cisjordânia) e Amã.

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Durante uma conversa por telefone com Ban Ki-moon, o presidente francês, François Hollande, e declarou que é preciso fazer todo o possível para acabar com o sofrimento da população civil de Gaza.

Já o presidente palestino, Mahmud Abas, classificou como "crime contra a Humanidade" o bombardeio de Shejaiya. Ele pediu que os autores sejam julgados e punidos.

Abbas se reuniu nesta segunda em Doha com o líder do Hamas no exílio, Khaled Mechaal. Ambos exigiram "o fim imediato da agressão israelense" e do bloqueio à Faixa de Gaza.

Em sinal de solidariedade, em Nazaré - maior cidade árabe-israelense -, três mil pessoas participaram de uma manifestação para denunciar "o genocídio do Exército israelense em Gaza".

Houve confrontos entre os manifestantes e a polícia. Dez pessoas foram detidas.

Os sindicatos e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), movimento de Abbas, convocaram uma greve geral na Cisjordânia, onde durante a tarde estão previstas manifestações.

O Exército israelense justificou a violência de seus ataques efetuados no domingo indicando que o Hamas havia colocado civis na linha de mira ao construir suas bases militares.

Israel mobilizou 53.200 homens dos 65.000 reservistas autorizados pelo governo para a ofensiva contra este pequeno território de 362 km2, onde 1,8 milhão de pessoas vivem na miséria.

A nova onda de violência foi desencadeada após o sequestro e assassinato de três estudantes israelenses em junho, atribuídos por Israel ao Hamas, seguidos pela morte de um jovem palestino, queimado vivo por extremistas judeus em Jerusalém.

Foto: Arte Terra

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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