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Milhares de pessoas fogem de Gaza e viram novos refugiados

Cerca de 170 pessoas já morreram na nova ofensiva iniciada em 8 de julho

13 jul 2014 - 10h19
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<p>Palestinos, que fugiram de suas casas,&nbsp;adjacentes &agrave; fronteira com Israel, andam&nbsp;de carro&ccedil;a e seguem para&nbsp;uma escola das Na&ccedil;&otilde;es Unidas, no norte da Faixa de Gaza, neste domingo, 13 de julho</p>
Palestinos, que fugiram de suas casas, adjacentes à fronteira com Israel, andam de carroça e seguem para uma escola das Nações Unidas, no norte da Faixa de Gaza, neste domingo, 13 de julho
Foto: Ahmed Zakot / Reuters

Milhares de moradores de Gaza fugiram em busca de refúgio para instalações da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), após ficarem sem suas casas por causa da atual ofensiva militar israelense em Gaza, que já causou a morte de cerca de 170 pessoas.

"As 28 escolas da UNRWA estão completas, e quase não temos lugar para acolher tanta gente. Nem comida nem instalações suficientes", explicou à Agência EFE Akif Shalif, diretor da escola Rimal, no centro da Faixa.

Lá, o fluxo de carros, motos com sidecar e carroças puxadas por burros lotados de famílias era na manhã de hoje contínuo depois que aviões israelenses lançaram panfletos sobre as cidades do norte, advertindo que a zona seria fortemente bombardeada depois do meio-dia.

"A escola está aberta para todo o mundo, mas em particular para os que fogem do norte. É a maior; haverá cerca de 1.300 pessoas", contou Shalif.

O diretor insistiu que o colégio em princípio é o lugar mais seguro de Gaza, mas que nada é seguro "diante da potência e da intensidade dos bombardeios, mais fortes do que já tínhamos visto".

Vídeo mostra tática "míssil bate à porta" na Faixa de Gaza:

"Não há nada seguro, só nos resta confiar em Alá. Esperemos que seja assim", ressaltou o responsável, que calculou em cerca de 4 mil o número de refugiados em instalações educativas da UNRWA como Rimal.

"Em algumas há 500, em outras hoje 700, em outras há menos, ainda não conseguimos saber os números", concluiu.

Amal, uma mulher de 40 anos, é uma das dezenas de pessoas que chegavam na manhã de hoje quase sem fôlego e suando à grande estrutura levantada com o apoio do governo do Japão.

Uma sacola de tomates, outra de pepinos, algumas garrafas de água, cobertores, colchões e várias peças de roupa eram tudo que haviam podido levar.

A seu redor, várias crianças com roupas esfarrapadas e descalças descem enquanto se perdem na multidão em busca de uma sala de aula ou um cantinho dos corredores para instalar um pequeno acampamento.

"Por que nos fazem isso? Por que nos atacam se somos pobres, se não temos nada? Quem vai nos a ajudar?", questionava olhando para o rosto resignado de seu marido, agricultor no bairro de Beit Lahia, um dos mais castigadas pelos seis dias de contínuos e intensos bombardeios israelenses.

Uma operação que agravou ainda mais a precária situação da população civil na Faixa, sob assédio militar desde 2007 e onde quatro de cada cinco de seus habitantes - calculados em 1,8 milhão - vive sob a linha de pobreza.

Amal e sua família chegaram à escola seguindo as indicações dos panfletos que advertiam sobre um iminente ataque do exército israelense no norte.

O anúncio foi transmitido também por outras vias, como a mensagem de celular, e basicamente ele diz à população civil desses bairros que devem sentir-se "avisados" e "tomar cuidado" para não ficar na região.

"A operação do exército será curta. Quem não prestar atenção nessas instruções põe em risco sua vida e a de sua família", adverte a nota, que instrui à população a dirigir-se "ao sul de Jabalya por Shara Al-Faluja".

"Felizmente meu filho sabe ler e viu o panfleto. Avisamos a alguns vizinhos idosos para que saíssem conosco, mas nem todo mundo quer ou pode deixar sua casa", lamentou Amal.

Fontes militares israelenses argumentaram, por sua vez, que são regiões de onde as milícias palestinas estão disparando foguetes.

EFE   
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