Mortos em ataque à sinagoga tinham cidadania americana
O Hamas comemorou o atentado. Segundo o porta-voz do grupo, Mushir al-Masri, "isso foi uma vingança heroica e rápida pela execução de Yusuf al-Rumani", que foi encontrado morto nesta segunda-feira
Um ataque contra uma sinagoga em Har Nof, em Jerusalém, nesta terça-feira, deixou quatro mortos e, ao menos, oito feridos, segundo o porta-voz da polícia local, Micky Rosenfeld. Ainda de acordo com ele, vários foram levadas ao hospital em estado gravíssimo. Três das quatro vítimas tinham cidadania norte-americana e uma tinha a britânica. Moshe Twersky (59 anos), Aryeh Kupinsky (43), Kalman Zeev Levin (55) e Avraham Shmuel Goldberg (68) eram rabinos.
O atentado teria sido provocado por dois homens, mas as informações sobre como eles efetuaram o ataque ainda estão desencontradas. Algumas fontes dizem que eles entraram com facas e machados, enquanto outras garantem que eles estavam portando armas de fogo. A polícia afirma que os dois autores do crime foram mortos e que eles seriam de Jabel Mukaber, um bairro árabe da cidade.
O grupo islâmico Hamas comemorou o atentado. Segundo o porta-voz do grupo, Mushir al-Masri, "isso foi uma vingança heroica e rápida pela execução de Yusuf al-Rumani", que foi encontrado morto nesta segunda-feira. As autoridades israelenses dizem que o motorista de ônibus se suicidou, mas os familiares acusam os judeus ortodoxos pelo crime.
A Jihad islâmica emitiu uma mensagem no mesmo tom do Hamas. Pouco após o crime, um vídeo divulgado pelo braço armado do Hamas mostra o grupo ameaçando fazer uma série de atentados em Israel.
Porém, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, condenou o ataque e a "morte de fieis judeus e de outros civis". Mais cedo, ele já havia dito através de nota que "a presidência condenada ataque aos judeus em seus locais de oração e condena a morte de civis - não importando quem tenha feito isso".
Por outro lado, o primeiro-ministro israelense, Benyamin Netanyahu, acusou Abbas e o Hamas de serem os responsáveis pelo ataque, dizendo que o ato foi "uma consequência direta dos seus incitamentos, um incitamento que a comunidade internacional irresponsavelmente ignorou". Ele ainda afirmou que o país "reagirá duramente à cruel morte dos judeus que estavam rezando".
Já o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, chamou o crime de "puro terror, uma brutalidade sem sentido e que não tem lugar no comportamento humano".
As tensões entre os dois lados vêm se acentuando há algumas semanas, com incidentes isolados entre membros do Hamas e radicais israelenses.