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Mundo está fracassando com a Síria após 4 anos de conflito, dizem grupos humanitários

12 mar 2015 - 10h53
(atualizado às 10h53)
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Por Joseph D'Urso

LONDRES (Thomson Reuters Foundation) - O mundo “não está nem perto de compreender a magnitude” da crise humanitária na Síria, disse o líder de uma entidade assistencialista na véspera do quarto aniversário dos protestos pacíficos que marcaram o início do conflito devastador.

“Podemos viver com as consequências do conflito sírio durante gerações”, opinou Jan Egeland, chefe do Conselho Norueguês de Refugiados (NRC, na sigla em inglês), à Thomson Reuters Foundation.

Os confrontos já mataram cerca de 200 mil pessoas, deixaram mais de 3,9 milhões de refugiados, a maioria na Turquia, no Líbano e na Jordânia, e desabrigaram 7,6 milhões de pessoas dentro da Síria, segundo cifras da Organização das Nações Unidas (ONU).

Novos números do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef, na sigla em inglês) mostram que 14 milhões de crianças estão sendo afetadas pelos combates na Síria e no vizinho Iraque, e milhões estão em áreas isoladas onde não recebem ajuda devido às lutas.

“Esta é a maior crise humanitária em uma geração”, afirmou Egeland, ex-líder humanitário da ONU, em uma entrevista na terça-feira.

O conflito começou em março de 2011 com uma revolta popular de manifestantes pacíficos contra o presidente sírio, Bashar al-Assad. Após a repressão brutal do governo, a guerra ganhou as dimensões de um conflito civil com apoiadores regionais.

O grupo militante Estado Islâmico se juntou aos combates, e hoje controla um auto-declarado califado em vários territórios sírios e iraquianos, atraindo recrutas estrangeiros e a atenção mundial com seus avanços militares e seus vídeos bem produzidos.

No quarto ano do conflito, as forças do governo realizaram pelo menos 1.450 ataques aéreos indiscriminados, declarou a entidade Human Rights Watch no mês passado.

Os grupos humanitários têm cada vez mais dificuldade para aliviar o sofrimento dos civis vitimados pelos combates.

Antes do conflito, 2.500 médicos trabalhavam em Aleppo, segunda maior cidade da Síria, mas a entidade Médicos Sem Fronteiras (MSF) estima que menos de 100 permanecem na localidade.

A estimativa de vida despencou de 75,9 anos em 2010 para estimados 55,7 no final de 2014, sustentou um estudo patrocinado pela ONU.

“Nossa organisation deveria estar implantando os maiores programas médicos de seus 44 anos de história”, disse a doutora Joanne Liu, presidente internacional do MSF em um comunicado na quarta-feira. “Mas não está, e a pergunta é ‘por que não?’”.

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