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ONU acusa Israel de atacar escola usada como abrigo de civis

O comissário geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina classificou a ação como "uma violação do direito internacional por parte das forças israelenses"

30 jul 2014 - 10h53
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<p>Uma menina palestina carrega seus pertences enquanto deixa uma escola das Na&ccedil;&otilde;es Unidas atingida&nbsp;por um bombardeio israelense, em 30 de julho</p>
Uma menina palestina carrega seus pertences enquanto deixa uma escola das Nações Unidas atingida por um bombardeio israelense, em 30 de julho
Foto: Mohammed Salem / Reuters

O comissário geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), Pierre Krähenbühl, acusou nesta quarta-feira o Exército de Israel de atacar uma de suas escolas em Gaza, a qual abrigada civis que foram evacuados de seus lares pelas próprias Forças Armadas.

Nesta manhã, pelo menos 15 palestinos (e não 20 como foi divulgado a princípio) morreram e outros 50 ficaram feridos em um bombardeio israelense contra uma escola da UNRWA em Jabalya, no norte de Gaza, informou o porta-voz do Ministério da Saúde na faixa, Ashraf Al Qidra.

O Exército israelense disse não ter constância do ataque contra o complexo, embora tenha reconhecido que dezenas de alvos haviam sido bombardeados nesta madrugada em Gaza.

"Visitamos o lugar e reunimos provas. Analisamos os fragmentos, examinamos as crateras e outros danos. Nossa avaliação inicial é de que a artilharia israelense atacou nossa escola, na qual 3.300 pessoas haviam buscado refúgio", informou Krähenbühl em comunicado divulgado no site da UNRWA.

"Achamos que, pelo menos, foram três impactos. Agora, é cedo para falar em número de vítimas, mas sabemos que há múltiplos civis mortos e feridos, incluídos mulheres, crianças e os guardas da UNRWA que protegiam o lugar", denunciou o comissário.

Segundo a agência, a escola-albergue acolhia famílias inteiras que foram obrigadas a deixar suas casas, uma situação que as Forças Armadas israelenses tinham conhecimento.

"A localização precisa da escola elementar de meninas de Jabalya e o fato da mesma ser usada como abrigo para milhares de deslocados internos foram repassadas ao Exército israelense 17 vezes para assegurar sua proteção; inclusive horas antes do bombardeio letal", denunciou Krähenbühl.

Por conta deste motivo, o comissário condenou "nos termos mais enérgicos esta grave violação do direito internacional por parte das forças israelenses", que, segundo ele, já atacaram seis ocasiões instalações similares da ONU na faixa.

"Nosso pessoal, as próprias pessoas que estão no trabalho humanitário, estão sendo assassinadas. Nossos alojamentos estão transbordados. Em breve, se os ataques sobre estas áreas continuarem intensos, milhares estarão nas ruas de Gaza sem comida, água e refúgio", advertiu a UNRWA no comunicado.

Desta forma, Krähenbühl considerou ter ido além da esfera da ação humanitária, no âmbito de prestação de contas, e fez um pedido à comunidade internacional "para tomar ações políticas deliberadas que ponham um fim imediato a essa carnificina", ameaçou.

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EFE   
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