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ONU acusa Israel de possíveis crimes de guerra em Gaza

A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, também denunciou os ataques indiscriminados do movimento islamita Hamas contra zonas civis

23 jul 2014 - 06h27
(atualizado às 08h43)
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"Existe uma alta possibilidade de que o direito humanitário internacional tenha sido violado, o que pode constituir crimes de guerra", disse Navi Pillay
"Existe uma alta possibilidade de que o direito humanitário internacional tenha sido violado, o que pode constituir crimes de guerra", disse Navi Pillay
Foto: Denis Balibouse / Reuters

A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu nesta quarta-feira uma investigação sobre os possíveis crimes de guerra cometidos por Israel em Gaza e denunciou os ataques indiscriminados do movimento islamita Hamas contra zonas civis.

"Existe uma alta possibilidade de que o direito humanitário internacional tenha sido violado, o que pode constituir crimes de guerra", disse Pillay. Também denunciou que, "mais uma vez, os princípios de diferenciação e de precaução não foram respeitados claramente nos ataques indiscriminados cometidos contra zonas civis pelo Hamas e por outros grupos palestinos armados".

Pillay, que participa de uma reunião extraordinária do Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre a ofensiva israelenses, pediu uma investigação sobre cada um destes crimes.

Também denunciou que, "mais uma vez, os princípios de diferenciação e de precaução não foram respeitados claramente nos ataques indiscriminados cometidos contra zonas civis pelo Hamas e por outros grupos palestinos armados".

A reunião urgente foi solicitada por palestinos e países árabes para exigir que o direito internacional seja respeitado nos territórios palestinos ocupados.

Um projeto, que será submetido à votação dos participantes da reunião, condena "firmemente as violações maciças e sistemáticas dos direitos humanos provenientes das operações militares israelenses desde 13 de junho nos territórios palestinos ocupados, em particular a ofensiva israelense em Gaza".

O ministro das Relações Exteriores palestino também acusou Israel de cometer crimes contra a humanidade em Gaza nesta quarta-feira. Ele exigiu uma investigação internacional, durante uma reunião extraordinária em Genebra do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

"Israel está cometendo crimes hediondos. Israel destrói completamente bairros residenciais. O que Israel faz (...) é um crime contra a humanidade" e "viola as convenções de Genebra", declarou o ministro Riad Maliki.

"Israel, força de ocupação, mira há 16 dias nas crianças, mulheres, idosos e os priva de seu direito à vida com bombardeios. Há uma incursão terrestre (...) e isso vai trazer consigo crimes contra civis palestinos, assassinatos deliberados de civis", acrescentou.

"Bairros residenciais foram destruídos. As infraestruturas foram destruídas. As forças israelenses tomam como alvo os centros médicos em Gaza. Eles precisam se responsabilizar por isto", disse.

Citando casos de bombardeios aéreos e disparos de artilharia que atingiram casas e hospitais no enclave costeiro, ela disse: "Esses são apenas alguns exemplos nos quais parece haver uma forte possibilidade de que a lei humanitária internacional esteja sendo violada, de um modo que pode caracterizar crimes de guerra. Cada um desses incidentes tem de ser investigado de modo adequado e independente", declarou Pillay, num de seus mais duros comentários sobre o conflito.

Já o representante israelense no Conselho, Eviatar Manor, acusou o Hamas de cometer "crimes de guerra quando dispara foguetes e mísseis" contra civis, "constrói túneis para atacar aldeias" e oculta munições nas escolas. Israel acusa o Conselho de ser tendencioso e o boicotou durante 20 meses, tendo retomado sua cooperação em outubro. Seu principal aliado, os Estados Unidos, também Estado membro, dizem que Israel é injustamente acusada sozinha.

"O Hamas carrega toda a responsabilidade pelas vítimas de Gaza" e o presidente palestino, Mahmud "Abbas, deveria dissolver seu governo para demonstrar sua vontade de paz", afirmou.

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Foto: Arte Terra

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