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ONU denuncia cinco ataques com armas químicas na Síria

13 dez 2013 - 12h28
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A ONU determinou que foram utilizadas armas químicas por cinco vezes na Síria, onde as recentes vitórias dos jihadistas sobre os combatentes rebeldes mais moderados preocupam os Estados Unidos.

No relatório final transmitido na quinta-feira ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, os inspetores citam provas ou informações confiáveis que tendem a confirmar o uso de armas químicas em Ghuta, Khobar e Ashrafieh Sahnaya (perto de Damasco), assim como em Khan al-Assal (perto de Aleppo, norte) e Saraqueb (noroeste). No entanto, o relatório não designa os responsáveis por estes supostos ataques, ponto que não fazia parte do mandato dos investigadores.

A missão dos inspetores, cuja investigação se prolongou de 26 a 29 de agosto, recolheu "provas flagrantes e convincentes do uso de armas químicas contra civis, incluindo crianças, em uma escala relativamente grande na região de Ghuta de Damasco no dia 21 de agosto", sustenta o documento.

Há alguns meses, os Estados Unidos cancelaram 'in extremis' um ataque contra o regime sírio, acusado de ter realizado uma ofensiva que deixou centenas de vítimas. Desde então, os rebeldes sofreram várias derrotas contra as forças do regime, que conseguiram retomar vários bastiões rebeldes.

A situação dos rebeldes se agravou ainda mais devido às divisões internas - vários grupos jihadistas abandonaram em novembro o Exército Sírio Livre (ESL, combatentes moderados) - e à ascensão de grupos jihadistas que, ao mesmo tempo em que combatem o regime, empreenderam lutas contra outros grupos rebeldes.

Os contratempos enfrentados pela oposição síria moderada, que perde força ante os islamitas e jihadistas, são um grande problema, declarou na quinta-feira o secretário americano de Defesa, Chuck Hagel. "Continuamos apoiando o general Idriss e a oposição moderada", declarou Hagel. "Mas isto é um problema, quero dizer, o que ocorreu aqui é um grande problema. E temos que resolvê-lo e geri-lo com o general Idriss e com a oposição moderada", considerou, em referência ao chefe do Estado-Maior do ESL.

Neste contexto, o ex-diretor da CIA Michael Hayden estimou que uma vitória de Bashar al-Assad na Síria poderia ser "o melhor de três cenários muito, muito terríveis", nenhum dos quais contempla a vitória dos rebeldes. Hayden estimou que a evolução mais provável é a dissolução do país em facções rivais, que, a seu ver, provocaria "o nascimento de uma nova zona sem governo".

Até o momento, não há nenhuma solução para este conflito que já deixou mais de 126 mil mortos. Uma conferência de paz está prevista para janeiro na Suíça, mas o regime e a oposição defendem pontos de vista antagônicos sobre o futuro do presidente Bashar al-Assad. Este conflito que começou há dois anos e meio também deixou milhões de deslocados e refugiados, cuja situação é cada vez mais preocupante, segundo ONGs.

A Anistia Internacional acusou os países europeus de erguer uma fortaleza para se proteger dos refugiados sírios. "A União Europeia fracassou em cumprir seu papel de refúgio para as pessoas que perderam tudo, exceto sua vida", estimou o secretário-geral da Anistia Internacional, Salil Shetty. "Os líderes europeus deveriam sentir vergonha", acrescentou. Os membros da UE "propuseram abrir suas portas a 12 mil refugiados provenientes da Síria, ou seja, apenas 0,5% das 2,3 milhões de pessoas que fugiram do país", segundo esta organização.

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