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ONU pede fim da violência em Gaza para evitar 'outra guerra'

Não houve anúncios sobre os resultados das conversas em reunião do Conselho de Segurança

11 jul 2014 - 02h59
(atualizado às 03h20)
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<p>Ban disse que o Hamas e a Jihad Islâmica lançaram de Gaza mais de 550 foguetes e granadas de morteiro contra Israel</p>
Ban disse que o Hamas e a Jihad Islâmica lançaram de Gaza mais de 550 foguetes e granadas de morteiro contra Israel
Foto: Adrees Latif / Reuters

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta quinta-feira o fim da onda de violência na Faixa de Gaza, causada pelos ataques recíprocos entre palestinos e israelenses, devido ao temor de uma escalada bélica na região.

"A região não pode suportar outra guerra", afirmou Ban na reunião do Conselho de Segurança da ONU, convocada com urgência para tentar encontrar soluções para a crise que já deixou dezenas de mortos, a maioria civis palestinos.

A reunião começou minutos depois das 10h locais (11h de Brasília), porém, depois dos discursos públicos iniciais, os integrantes do Conselho de Segurança se retiraram para fazer consultas privadas.

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Não houve anúncios sobre os resultados dessas conversas. Fontes da ONU disseram para a Agência Efe esta noite que a reunião estava fechada e que para amanhã não estava previsto o prosseguimento das deliberações.

Na reunião, presidida pelo chefe da missão de Ruanda, o embaixador Eugene Gasana, Ban disse que 88 palestinos morreram na onda de violência dos últimos dias, a maioria deles civis, pelos ataques das forças israelenses. "Vivemos o risco de uma escalada total, com a ameaça ainda palpável de uma ofensiva terrestre", afirmou Ban ao apresentar um relatório sobre a situação no Oriente Médio no Conselho de Segurança.

Na apuração dos acontecimentos, Ban disse que o Hamas e a Jihad Islâmica lançaram de Gaza mais de 550 foguetes e granadas de morteiro contra Israel, e as forças israelenses realizaram mais de 500 ataques aéreos sobre a Faixa.

Além dos 88 mortos que mencionou, o secretário-geral da ONU relatou que outras 339 pessoas ficaram feridas e que, até a tarde de quarta-feira, 150 imóveis foram destruídos ou ficaram gravemente danificados. "É mais urgente do que nunca tentar encontrar denominadores comuns para que volte a calma e se consiga um entendimento para o cessar-fogo", afirmou o secretário-geral da ONU em seu discurso. "Mais uma vez, são os civis os que pagam o preço", insistiu. "Minha maior preocupação é a segurança e o bem-estar dos civis, independente de onde estiverem", comentou.

Ao apresentar seu relatório, Ban lembrou que vem insistindo na condenação dos ataques "indiscriminados" com foguetes de Gaza contra Israel, assim como do "excessivo uso da força" por parte das forças israelenses e sobre o risco que correm os civis, sem apontar responsabilidades precisas.

Ban fez um pedido à comunidade internacional para que se evite uma escalada da violência e disse que a situação atual é "um dos testes mais difíceis para a região nos últimos anos". "A região exige atitudes sensatas e ideias novas", opinou Ban, que também relatou ter discutido o tema com líderes regionais e internacionais nas últimas horas para somar esforços a fim de evitar uma escalada de violência.

Foram convidados para a reunião o representante de Israel, Ron Prosor, e o observador permanente da Palestina na ONU, Riyad Mansur, que trocaram acusações e apontaram razões de fundo e conjunturais que levaram à atual crise em Gaza.

Mansur criticou a ocupação israelense dos territórios palestinos e pediu o fim do derramamento de sangue em Gaza por uma onda de violência que "paralisou" a Faixa durante o mês do Ramadã. "O Conselho de Segurança não pode permanecer paralisado e à margem dos crimes de guerra de Israel contra a população civil da Palestina na Faixa de Gaza e no restante da Palestina ocupada, inclusive Jerusalém Oriental, em um novo ciclo de violência que arrasa tudo em seu caminho", insistiu Mansur.

O chefe da missão israelense, por sua vez, disse que enquanto falava, "uma tempestade de foguetes" estavam sendo lançados de Gaza pelo Hamas, com uma frequência de um a cada 10 minutos nos últimos três dias. Além disso, trouxe um aparelho com o qual reproduziu uma gravação de áudio na qual era possível ouvir uma sirene alertando sobre a proximidade de um desses foguetes. "15 segundos é todo o tempo que uma pessoa tem para correr e salvar sua vida. Imaginem só, 15 segundos para encontrar um refúgio", insistiu Prosor, que acrescentou que "a ameaça representada pelo terrorismo é global" e nenhuma nação "está imune".

Foto: Reuters

EFE   
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