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Oposição síria recusa negociação direta com governo em reunião sobre paz

24 jan 2014 - 09h48
(atualizado às 09h50)
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As primeiras negociações de paz sobre a Síria cambalearam antes mesmo de começarem nesta sexta-feira, depois de opositores do presidente Bashar al-Assad se recusem a se encontrar com a delegação governista se ela não apoiar o protocolo que defende um governo transitório.

Planos para que os dois lados sentassem e conversassem pela primeira vez foram no último minuto colocados de lado. Em vez disso, se reúnem separadamente com o mediador da Organização Nações Unidas (ONU), Lakhdar Brahimi, na sede de Genebra da organização.

As discussões a portas fechadas começaram nesta sexta-feira, dois dias depois da reunião formal de abertura ter ocorrido num clima tenso, com os dois lados e os seus aliados internacionais fazendo discursos críticos. Uma negociação direta parece no momento improvável.

A oposição diz que veio até as negociações para discutir uma transição que retire Assad do poder. O governo afirma que está presente somente para debater a luta contra o terrorismo - a palavra que tem usado para se referir aos seus inimigos - e que ninguém pode obrigar o presidente a sair.

Os representantes da oposição decidiram que não se encontrariam com a delegação do governo se ela não apoiasse Genebra 1, um protocolo de 2012 que defende uma transição política.

"Nós de forma explícita exigimos um compromisso por escrito da delegação do governo de que ela aceita Genebra 1. Caso contrário, não haverá negociações diretas", afirmou à Reuters o representante da oposição Haitham al-Maleh.

Uma porta-voz da ONU confirmou os encontros com as delegações separadamente. "Não há diálogo entre os sírios neste momento", disse Alessandra Vellucci. "Não posso dizer nada sobre o que vai acontecer nos próximos dias."

Mesmo antes do anúncio de que as negociações diretas haviam sido canceladas, as perspectivas não eram as melhores.

"O objetivo era que a primeira rodada de negociações durasse até a próxima sexta, mas as expectativas estão tão reduzidas que vamos ver como as coisas se desenvolvem dia após dia", declarou um diplomata ocidental. "Cada dia que eles discutem é um pequeno avanço."

Brahimi tem indicado que o seu objetivo é buscar no início coisas práticas, como cessar-fogos locais, libertações de presos e acesso para a ajuda internacional, antes de se concentrar nas negociações políticas mais difíceis.

A guerra civil síria já matou pelo menos 130 mil pessoas e obrigou cerca de um terço da população de 22 milhões a deixar suas casas.

Entre os obstáculos para os avanços das negociações está o boicote ao diálogo dos militantes islâmicos, que controlam a maior parte do território tomado pelos rebeldes.

O principal aliado do presidente Assad na região, o Irã, também não está presente em Genebra. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, convidou o governo iraniano, mas depois retirou o convite quando o país se recusou a apoiar o protocolo Genebra 1.

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