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Países ocidentais querem saquear a Líbia, acusa Ahmadinejad

25 out 2011 - 11h17
(atualizado às 11h56)
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Os países ocidentais apoiaram Muammar Kadafi quando isso lhes era vantajoso, mas bombardearam o líder líbio quando ele não servia mais a seus propósitos, a fim de "saquear" o país rico em petróleo, disse o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad nesta terça-feira. Embora o governo iraniano tenha ainda hoje aplaudido o povo líbio por ter derrubado o homem que considerava um ditador ilegítimo, Ahmadinejad advertiu os líbios que o Ocidente agora visava administrar o país.

Fotos de Kadafi foram rasgadas e atiradas no chão após a notícia da captura do ex-ditador
Fotos de Kadafi foram rasgadas e atiradas no chão após a notícia da captura do ex-ditador
Foto: Diogo Alcantara / Terra

"Mostre-me um presidente europeu ou americano que não tenha viajado para a Líbia ou não tenha assinado um acordo (com Kadafi)", disse Ahmadinejad em um discurso transmitido ao vivo e no qual acusou o Ocidente de ordenar a execução do ex-líder líbio. "Algumas pessoas disseram que eles mataram esse cavalheiro para garantir que ele não pudesse dizer nada, o mesmo que eles fizeram com Bin Laden", disse.

O Irã acusa o Ocidente de ter ajudado a criar o grupo militante muçulmano sunita Al Qaeda, liderado pelo saudita Osama bin Laden, morto pelas forças especiais norte-americanas no Paquistão em maio. Ahmadinejad disse que a resolução da ONU que aprovou a ação contra Gaddafi foi uma autorização para "saquear" o petróleo líbio. "Qualquer decisão que reforce a presença, a dominação ou a influência de estrangeiros seria contrária aos interesses da nação líbia", disse o presidente iraniano.

Insurreição líbia culmina com queda de Sirte e morte de Kadafi

Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.

A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de agosto, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadafi, seu governo e sua era em xeque.

Dois meses depois, os rebeldes invadiram Beni Walid, um dos últimos bastiões de Kadafi. Em 20 de outubro, os rebeldes retomaram o controle de Sirte, cidade natal do coronel e foco derradeiro do antigo regime. Os apoiadores do CNT comemoravam a tomada da cidade quando os rebeldes anunciaram que, no confronto, Kadafi havia sido morto. Estima-se que mais de 20 mil pessoas tenham morrido desde o início da insurreição.

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