Papa convoca Oriente Médio para discutir avanço jihadista
Estado Islâmico declarou um "califado" nos territórios que controla na Síria e no Iraque e matou ou expulsou grande número de cristãos, muçulmanos xiitas e outros
O papa Francisco, que expressou alarme com o avanço dos militantes do Estado Islâmico e o sofrimento dos cristãos no Oriente Médio, convocou seus enviados à região para uma rara reunião para discutir uma reação à crise, informou o Vaticano nesta terça-feira.
O encontro entre os dias 2 e 4 de outubro contará com os embaixadores da Santa Sé na Jordânia, Iraque, Irã, Líbano, Síria, Turquia, Israel e nos territórios palestinos, assim como os representantes na Organização das Nações Unidas (ONU) e na União Europeia.
Eles terão reuniões com mais de uma dezena de autoridades do primeiro escalão do Vaticano, incluindo o secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, que na segunda-feira discursou na ONU sobre a crise no Oriente Médio.
No início de setembro, durante uma visita à majoritariamente muçulmana Albânia, Francisco fez uma crítica dura aos militantes islâmicos, dizendo que nenhum grupo religioso que usa a violência e a opressão pode afirmar ser “a armadura de Deus”.
O Estado Islâmico declarou um "califado" nos territórios que controla na Síria e no Iraque e matou ou expulsou grande número de cristãos, muçulmanos xiitas e outros que não concordam com sua visão extremista do islamismo sunita.
Indagado sobre o Estado Islâmico no mês passado, quando voltava de uma viagem à Coreia do Sul, Francisco endossou a ação da comunidade internacional para deter a “agressão injustificada”.
Parolin, principal diplomata do Vaticano, afirmou durante a Assembleia Geral da ONU em Nova York na segunda-feira que é “tanto lícito quanto urgente deter a agressão através da ação multilateral e de um uso proporcional de força".