Papa será protegido de extremistas judeus em visita a Israel
Três jovens ativistas de direita serão mantidos em prisão domiciliar durante a presença do pontífice no país
Três jovens extremistas de direita judeus que poderiam perturbar a próxima visita do Papa a Israel serão alvos de medidas protetivas, incluindo de prisão domiciliar - informou nesta quarta-feira a polícia israelense.
"A polícia e o Shin Bet (serviço de segurança interna) adotaram medidas de restrição contra vários ativistas de extrema-direita, que de acordo com informações do Shin Beth planejavam cometer atos de provocação para aumentar as tensões interreligiosas durante a visita do Papa", informou à AFP um porta-voz da polícia.
"Estas medidas serão válidas por um período de quatro dias", acrescentou Luba Samri.
Nenhum detalhe foi dado sobre a natureza destes "atos de provocação".
De acordo com a imprensa, três jovens ativistas serão colocados sob prisão domiciliar a partir de quinta-feira.
Israel já reforçou a proteção de certos locais sagrados cristãos, alvos de atos de vandalismo atribuídos a extremistas judeus, mas não tomou nenhuma medida preventiva contra possíveis encrenqueiros.
As ordens de restrições serão aplicadas a dois estudantes de uma yeshiva (escola talmúdica) localizada no Monte Sião, onde o Papa deve pronunciar na segunda-feira, 26 de maio, uma missa no Cenáculo, local da Última Ceia de Cristo segundo a tradição cristã e túmulo do rei David para os judeus, segundo o jornal Haaretz.
Duas manifestações organizadas por judeus ultra-ortodoxos e nacionalistas religiosos, que consideram como "ímpia" a celebração de uma missa pelo Papa no Cenáculo, já aconteceram neste local santo, aumentando as tensões há várias semanas. Outra manifestação no mesmo local está prevista para quinta-feira.