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Para especialista, Estado Islâmico não faz ciberterrorismo

Autoridade em ciberterrorismo reforça que o mau uso que se faz da tecnologia é que deve ser condenado, e não a tecnologia em si

6 fev 2015 - 08h55
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<p>"Não há nada de novo. O modo como eles usam as redes sociais (Facebook e Twitter) é como eles são. Isto é só terrorismo comum", disse a especialista</p>
"Não há nada de novo. O modo como eles usam as redes sociais (Facebook e Twitter) é como eles são. Isto é só terrorismo comum", disse a especialista
Foto: Henrique Medeiros / Terra

Atualmente, os crimes cibernéticos e as guerras cibernéticas são algumas das principais ameaças no mundo.

O recente caso dos ataques da Coreia do Norte à Sony foi um dos dos assuntos abordados pela especialista em cyrberguerra e cyberspace Camille François. Francesa, ela fez uma apresentação nesta quarta-feira (4), durante a oitava edição da Campus Party em São Paulo.

"O que aconteceu com a Sony nos mostrou a fragilidade do sistema", disse Camille. Segundo ela, as dificuldades para identificar a origem do ataque, mesmo em um caso de tanta repercussão, nos mostra como conter esse tipo de crime ainda é um enorme desafio. Ela alertou também que a preocupação com a segurança online não deve ser só de governos e empresas, mas sim de todos.

Questionada sobre a natureza das publicações do grupo Estado Islâmico nas redes sociais, Camille foi enfática ao dizer que ela não acha certo chamar o comportamento de cyberterrorismo. Para ela, essas publicações nada mais são do que manifestações virtuais do terrorismo que o grupo já pratica na vida real. Assim, fazer distinção entre uma coisa e outra pode diminuir a importância de um ou outro caso - e todos os casos são gravíssimos. "Hoje eles usam a internet, antigamente usavam a fita-cassete", diz. 

Ao tratar do uso criminoso de novas tecnologias, como as impressoras 3D e a Dark Web - uma espécie de segunda internet onde drogas são vendidos, assassinos contratados e toda sorte de crime ocorre - ela julga ser fundamental distinguir a tecnologia do uso que se faz dela. No caso das Dark Wen, o problema, de acordo com Camille, é como as pessoas usam essas ferramentas. O comportamento criminoso é que deve ser combatido, não o meio onde ele acontece. Sobre as impressoras 3D, ela vai além e acha que a tecnologia precisa ser repensada.

Quando o assunto é privacidade, Camille François exalta o Marco Civil da internet brasileira. Ela acredita que a lei sancionada em 2014 é um ótimo exemplo de como o Brasil lida bem com questões de privacidade. "No meu entendimento, o Brasil não é um país em desenvolvimento. Já está desenvolvido. Vocês fizeram um ótimo trabalho com o Marco Civil".

Fonte: Terra
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