Pela 1ª vez, Irã informa AIEA sobre seu programa nuclear
País não só forneceu informações e explicações, como também mostrou a Agência Internacional de Energia Atômica documentos para justificar as necessidades e a aplicação de seu programa
O Irã proporcionou pela primeira vez informações desde 2008 sobre uma "possível dimensão militar" de seu programa nuclear, segundo um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) consultado nesta sexta-feira pela AFP.
Teerã forneceu à AIEA informações sobre testes "para uma aplicação civil" de detonadores que podem ser utilizados para uma bomba atômica, segundo um relatório trimestral da agência especializada da ONU.
Em reuniões técnicas no final de abril e início desta semana, o Irã forneceu "informações e explicações e, inclusive, mostrou documentos para justificar suas necessidades e aplicação dos detonadores EBW (Exploding Bridge Wire o Detonadores Bridge Wire)", explicou o diretor-geral da AIEA, o japonês Yukiya Amano.
"É a primeira vez, desde 2008, que o Irã procedeu a um intercâmbio técnico com a agência sobre este ou qualquer outro tema em relação com a possível dimensão militar do programa nuclear iraniano", acrescentou Amano.
O Irã nega as acusações de países ocidentais de que esteja tentando desenvolver a capacidade de construir armas nucleares.
A atualização mensal do relatório pela AIEA, que tem papel crucial na verificação do cumprimento pelo Irã de sua parte no acordo firmado em novembro, deixou claro que até o momento o país tem posto em prática as medidas acordadas para limitar seu programa nuclear.
Como resultado, o Irã está gradualmente ganhando acesso a alguns dos seus recursos no exterior que estavam bloqueados, como parte do acordo interino firmado com os Estados Unidos, Rússia, França, Alemanha, Grã-Bretanha e China, em novembro.
O relatório da AIEA mostrou que o Irã, desde janeiro, agiu para reduzir seu estoque de gás de urânio altamente enriquecido - uma etapa técnica que está bem próxima do material propício para armas - em mais de 80 por cento.
Com informações da AFP e Reuters.