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Presidente do Iraque nomeia novo premiê, mas Maliki resiste

11 ago 2014 - 14h17
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Primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, durante entrevista coletiva em Bagdá. 26.07/2014.
Primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, durante entrevista coletiva em Bagdá. 26.07/2014.
Foto: Stringer / Reuters

O presidente do Iraque, Fouad Masoum, nomeou um novo primeiro-ministro para substituir Nuri al-Maliki nesta segunda-feira e pediu que o escolhido forme um novo governo amplo que possa encerrar uma carnificina, mas não ficou claro se Maliki vai ceder à pressão dos Estados Unidos e do Irã para renunciar.

Um muçulmano xiita acusado por ex-aliados em Washington e Teerã, assim como em Bagdá, de comandar uma minoria alienada sunita em uma revolta, Maliki mandou milícias leais e forças especiais para as ruas da capital nesta segunda-feira após fazer um discurso desafiador na TV acusando o chefe de Estado de infringir a Constituição.

Militantes do Estado Islâmico, que derrotaram o Exército de Maliki no norte em junho, fizeram novos ganhos sobre forças curdas apesar de três dias de ataques aéreos dos EUA, e Bagdá, que se prepara há bastante tempo para um ataque dos combatentes sunitas à cidade, agora pode sofrer possíveis combates entre Maliki e rivais dentro da maioria xiita.

Não houve reação imediata de Maliki à nomeação de Haider al-Abadi como primeiro-ministro. No entanto, o genro de Maliki, um aliado político do premiê, disse à Reuters que ele pode tentar reverter a nomeação do novo premiê na Justiça.

O presidente Fouad Masoum pediu a Abadi, líder do partido Dawa, de Maliki, para liderar um governo que possa conquistar o apoio do Parlamento eleito em abril. Em declaração transmitida pela televisão, Masoum, de etnia curda, pediu a ele para "formar um governo de base ampla" até o próximo mês.

O próprio Abadi, que passou décadas no exílio na Grã-Bretanha durante o regime do ditador sunita Saddam Hussein, fez um apelo por unidade nacional contra a "barbaridade" do Estado Islâmico, que expulsou dezenas de milhares de pessoas de suas casas em um avanço sobre as tropas iraquianas no norte e oeste para consolidar um "califado" em áreas do Iraque e da Síria.

"Todos nós temos que cooperar para resistir a essa campanha terrorista lançada no Iraque e para acabar com todos os grupos terroristas", disse ele em declaração transmitida pela TV após encontro com Masoum.

Maliki, de 60 anos, que era um desconhecido antes de se tornar primeiro-ministro em 2006 sob domínio norte-americano, pode não permanecer calado. "Ele não vai ficar em silêncio", disse seu genro Hussein al-Maliki. "A nomeação é ilegal e uma quebra da Constituição. Nós iremos à corte federal."

No cargo interinamente desde as eleições de 30 de abril, Maliki tem desafiado o clamor de sunitas, curdos, Irã e líderes religiosos xiitas para que deixe o cargo em prol de algum nome menos polarizador.

Críticos têm acusado Maliki de perseguir uma agenda sectária que isola a minoria sunita, empurrando alguns de seus membros a apoiar os militantes do Estado Islâmico, cuja última investida contra o norte do Iraque tem alarmado o governo de Bagdá e seus aliados ocidentais.

Foto: Arte Terra
Foto: Arte Terra

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