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Quase um século depois, vencedores lembram fim da 1ª Guerra

11 nov 2012 - 17h01
(atualizado às 17h07)
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"Às 11h do dia 11, do mês 11", os vencedores da 1ª Guerra Mundial lembraram neste domingo o armistício que encerrou há 94 anos um dos conflitos mais devastadores da história, o qual, segundo diferentes pesquisadores, pode ter causado a morte de até 31 milhões de pessoas. Desde então, os principais países vencedores da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), especialmente a França e o Reino Unido, prestam homenagens aos seus soldados mortos com cerimônias solenes que até pouco tempo atrás ainda contava com a presença dos veteranos sobreviventes.

A britânica Florence Green, que serviu como auxiliar em uma base da Força Aérea Real (RAF) e que era a última pessoa sobrevivente entre as que participaram da guerra, faleceu no último mês de fevereiro aos 110 anos de idade. Neste domingo, a própria rainha Elizabeth II da Inglaterra presidiu a cerimônia anual pelos soldados mortos em combate da 1ª GM, um ato celebrado no Cenotáfio de Londres, local onda a monarca depositou uma coroa de flores de papoulas.

A papoula é o símbolo com o qual os britânicos (muitos deles com uma flor na lapela) lembram seus mortos na 1ª Grande Guerra, uma tradição que foi adotada para lembrar que, após a batalha, os campos de cultivo estavam repletos dessas flores. Neste aspecto, sua cor vermelha também lembra o sangue dos milhões de soldados mortos no conflito.

Hoje, às 11h (horário local), os presentes no ato londrino fizeram dois minutos de silêncio para honrar os mortos no combate e lembrar que "às 11h do dia 11, do mês 11", de 1918, o armistício entrava em vigor. Pela primeira vez, um dirigente da República da Irlanda, o primeiro-ministro Enda Kenny, viajou à Irlanda do Norte para participar da cerimônia comemorativa do Armistício na cidade de Enniskillen (no condado de Fermanagh).

Nesta hora, o vice-primeiro-ministro irlandês e titular das Relações Exteriores, Eamon Gilmore, fazia o mesmo em Belfast, acompanhado do ministro principal norte-irlandês, Peter Robinson, e da ministra britânica para a Irlanda do Norte, Theresa Villiers. Na Irlanda, a 1ª Grande Guerra tem um duplo significado, ambos dolorosos. Enquanto muitos irlandeses combatiam no Exército britânico na Europa, a ilha também abrigava uma guerra de independência contra o domínio da Grã-Bretanha.

Já na França, o presidente François Hollande coordenou uma cerimônia de homenagem no Arco do Triunfo de Paris, a qual foi marcada pela pretensão da classe política desse país de transformar a data do "11 do 11" em uma comemoração global de todas as vitimas de todas as guerras que os franceses estiveram presentes. Associações de ex-combatentes de outras guerras, como a Segunda Guerra Mundial, a de Indochina e a da Argélia, já manifestaram sua inconformidade com essa iniciativa, já que a mesma poderia "diluir" em uma única lembrança todas as circunstâncias específicas que houve em cada disputa.

A Bélgica também lembrou o armistício hoje com dois atos, um em Bruxelas e outro em Ypres, no oeste do país. Na capital belga, a comemoração esteve presidida pelo rei Alberto II, que, junto ao primeiro-ministro, Elio di Rupo, fez uma oferenda floral no monumento ao Soldado Desconhecido.

Em Ypres, cidade na qual as tropas alemãs usaram pela primeira vez um gás tóxico (a "yperita") como arma e onde, entre 1914 e 1917, morreram mais de um milhão de soldados de ambos os lados, o príncipe Filipe da Bélgica lembrou a data em frente à Porta de Menen. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um discurso no Cemitério Nacional de Arlington para celebrar o "Dia dos Veteranos" e lembrar-se do Armistício, informou a Casa Branca.

A intervenção dos Estados Unidos na 1ª Guerra Mundial foi tardia, já que até 1917 não mobilizou uma força expedicionária à Europa, mas resultou decisiva para inclinar a balança a favor dos Aliados (principalmente França e Grã-Bretanha), que, até então, estavam travando uma duríssima disputa com os Impérios Centrais (Alemanha, Áustria-Hungria e o Império Otomano).

EFE   
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