Queda do preço do petróleo é teste para apoio do Irã à Síria
O presidente sírio, Bashar al-Assad, tem contado com a ajuda financeira do Irã durante os quatro anos de guerra civil
Empresários sírios e funcionários do governo disseram que estão preocupados que a ajuda econômica dada pelo Irã esteja sob pressão por causa da queda do preço do petróleo, apesar das mensagens públicas do mais forte aliado regional da Síria.
"Se não fosse pelo apoio iraniano, nós não teríamos sobrevivido à crise”, declarou um alto funcionário do comércio, de Damasco, pedindo anonimato. “O apoio iraniano foi o mais importante. Em retorno, nós prometemos a eles mais e mais, e portas cada vez mais abertas para eles investirem na Síria.”
O presidente sírio, Bashar al-Assad, tem contado com a ajuda do Irã, que é produtor de petróleo, para lutar contra os insurgentes durante aproximadamente quatro anos de guerra civil e também para sustentar a moeda do país sob essa pressão.
A produção de petróleo na Síria, que está sob sanções americanas e europeias, caiu drasticamente desde o início dos conflitos e com os insurgentes assumindo o controle das instalações de energia.
Ajuda à Assad
De acordo com autoridades e banqueiros, em julho do ano passado, o Irã concedeu à Síria um crédito de US$ 3,6 bilhões (aproximadamente R$ 9,53 bilhões) para comprar derivados de petróleo. Mais US$ 1 bilhão foi para a compra de não derivados de petróleo.
Mas com queda global do preço do petróleo atingindo 50% desde junho, a Síria – onde rebeldes tomaram mais de um terço do país – tem buscado garantias que Teerã irá manter o seu apoio.
Uma autoridade iraniana disse à Reuters que o apoio a Assad será mantido, apesar da queda do preço do petróleo.
“Nós vamos passar por uma fase muito difícil e a baixa no preço do petróleo é um complô de nossos inimigos. Eles querem nos colocar de joelhos para que abandonemos nossos pilares e então quebrar nossa resistência”, disse ele.
“Mas eu posso garantir que o apoio iraniano à Síria irá continuar. O Irã já passou por situações piores e nunca mudou sua política externa.”