Radicais islâmicos ameaçam iraquianos com conversão ou morte
Combatentes do Estado Islâmico enviaram uma mensagem a famílias yazidíes de que deverão renunciar à sua fé ou serão assassinados
O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) ameaçou mais de 500 famílias da seita yazidi, no norte do Iraque, de execução caso não se convertam ao Islã.
Os combatentes do EI enviaram uma mensagem aos moradores yazidíes de algumas áreas ao redor da cidade de Sinjar, epicentro da comunidade, de que deverão renunciar à sua fé ou serão assassinados.
O redator chefe do jornal local Mahdar, Luqman Kuli al Jansuri, contou à agência EFE que os jihadistas deram um ultimato que expira hoje para 330 famílias na cidade de Jansur, à 120 famílias da cidade de Koya, e outras 54 de Hetin.
Jansuri explicou que o EI executou ontem 77 cidadãos da minoria yazidi, 33 deles mulheres e uma criança de 12 anos, sequestradas após terem se recusado a se converter ao islamismo. Os corpos foram jogados na zona síria de Juri, a 26 quilômetros de Jansur.
Milhares de famílias yazidies que fugiram estão presas no Monte Sinjar, ameaçados de morte pela fome, pela sede e pela perseguição do Estado Islâmico. Nos últimos dias, alguns destes deslocados conseguiram receber ajuda humanitária lançada por aviões americanos e britânicos.
Calcula-se que 500 mil yazidies vivam no Iraque, a maioria em Ninawa, e os emigrantes estão concentrados na Alemanha, cerca de 50 mil.
De etnia curda, a origem desta minoria religiosa, baseada no zoroastrismo, remonta a vários séculos. A crença no Anjo Caído como representante de Deus os tornou conhecidos como "adoradores do Diabo" por outras religiões.