O Exército Livre Sírio (ELS) planeja lançar uma "ofensiva total" contra as posições militares do regime do presidente Bashar al-Assad aproveitando um eventual ataque estrangeiro, afirmou em entrevista à Agência Efe o porta-voz dos insurgentes, Qasem Saadedin. "Lançaremos uma ofensiva total contra as posições militares do regime em todo o país", coincidindo com essa intervenção, declarou Saadedin, que está na província de Idlib, na fronteira com a Turquia, em entrevista por telefone.
Segundo ele, o objetivo dos rebeldes é assumir uma posição de conjuntura e tomar o controle de aeroportos militares, brigadas, depósitos de armas, quartéis e postos de segurança.
O dirigente mostrou sua confiança de que uma possível operação militar dos Estados Unidos favorecerá os rebeldes no campo de batalha onde travam duros combates com as forças governamentais em um conflito que já dura dois anos e meio. "Demos ordens a todas as brigadas de combatentes para que se prepararem e aproveitem essa oportunidade", disse Saadedin.
O coronel espera que a hipotética ação estrangeira, que foi justificada como uma punição ao regime por supostamente ter usado armas químicas contra a população, os ajude a gerar uma mudança benéfica em sua luta contra o presidente da Síria, Bashar al Assad. Os rebeldes querem "ver como os bombardeios afetarão as posições militares e avaliar então a situação para tomar o controle desses lugares", sustentou.
Depois das intensas negociações nas quais os EUA buscaram o maior apoio militar entre seus aliados internacionais, Saadedin negou que exista coordenação entre o Exército Livre Sírio e as forças estrangeiras que estariam dispostas a atacar a Síria. Ele argumentou que o que acontece em seu país é uma "guerra civil" e, portanto, descartou que essas forças do exterior possam ser parte do conflito interno.
Diante das evidências que aponta para o uso de armas químicas pelo regime sírio na guerra civil do país, a comunidade internacional costura a possibilidade de uma intervenção militar para "punir" o governo de Bashar al-Assad. Apesar de teoricamente uma intervenção precisar de apoio do Conselho de Segurança da ONU, algumas fontes aponta que o início de um ataque militar é iminente. Esta eventual ação seria liderada pelos Estados Unidos e reuniria vários países ocidentais, como a França e a Grã-Bretanha, com o apoio de países da região, como a Turquia. Conheça parte do arsenal bélico e das instações desta coalizão para um eventual ataque. Na imagem, o destróier americano USS Gravely, na costa da Grécia, em junho de 2013
Foto: AFP
Avião americano F-16 decolando de base aérea em Azraq, na Jordânia
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Tanques israelenses nas Colinas de Golã, próximo à fronteira com a Síria
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Aviões americanos F-15 Eagles
Foto: AFP
Avião americano F-16CJ na base aérea de Incirlik, na Turquia
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Soldados americanos descarregam mísseis AIM-9 Sidewinder na base aérea de Incirlik
Foto: AFP
Bombas MK-82 na base aérea americana de Incirlik, na Turquia
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Sistema de defesa Patriot em Kahramanmaras, na Turquia
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Porta-aviões americano USS Harry S. Truman e o navio-tanque USNS Leroy Grumman, no Mar Mediterrâneo
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Helicóptero Apache da Real Força Aérea britânica
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Avião AV-8B Harrier decola do porta-aviões USS Kearsarge, no Mar Mediterrâneo
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Aviões bombardeiros Tornado da Real Força Aérea britânica
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Base aérea britânica em Limassol, no Chipre
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Destróier americano USS Mahan
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Porta-aviões americano USS Harry S. Truman e o navio de guerra USS Gettysburg
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Destróier USS Ramage
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Destróier americano USS Barry, no Mar Mediterrâneo
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Porta-aviões nuclear francês Charles de Gaulle
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Míssil Tomahawk disparado do destróier USS Barry
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Bateria de defesa israelense Domo de Ferro, em Haifa
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Saadedin também afirmou que em algumas dessas instalações militares foi içada a bandeira da oposição síria (verde, branca e preta, e com três estrelas vermelhas no centro) "em uma tentativa desesperada de camuflar os lugares e evitar os bombardeios aéreos".
Caso a intervenção estrangeira finalmente os faça, os opositores armados temem que Damasco adote represálias contra os civis e continue usando armas químicas. "O regime será incapaz de responder contra os combatentes, mas lançará ataques químicos contra a população civil. Prosseguirá usando esse tipo de armas porque perdeu a razão e qualquer sentimento de humanidade", afirmou Saadedin.
Segundo o coronel insurgente, as forças de Assad usaram armamento químico "desafiando as grandes potências e o resto do mundo".
Restando a divulgação dos resultados da equipe da ONU que averiguou denúncias sobre esse tipo de ataque na Síria e com o Conselho de Segurança da ONU paralisado por causa dos vetos russo e chinês, o presidente dos EUA, Barack Obama, optou por atacar a Síria.
No entanto, Obama buscará antes a autorização do Congresso americano, o que evita uma ação iminente e em meio a uma crescente pressão após o golpe que o parlamento britânico deu aos planos do primeiro-ministro David Cameron de apoiar uma intervenção militar.
Apesar das dúvidas que uma operação desse tipo desperta, Saadedin advertiu: "Se não houver uma resposta adequada a Assad, (as grandes potências) perderão a credibilidade em relação a seus povos".
Menino vítima de ataque com armas químicas recebe oxigênio
Foto: Reuters
Menina é atendida em hospital improvisado após o ataque
Foto: AP
Homens recebem socorro após o ataque com arma químicas, relatado pela oposição e ativistas
Foto: AP
Mulher que, segundo a oposição, foi morta em ataque com gases tóxicos
Foto: AFP
Homens e bebês, lado a lado, entre as vítimas do massacre
Foto: AFP
Corpos são enfileirados no subúrbio de Damasco
Foto: AFP
Muitas crianças estão entre as vítimas, de acordo com imagens divulgadas pela oposição ao regime de Assad
Foto: AP
Corpos das vítimas, reunidos após o ataque químico
Foto: AP
Imagens divulgadas pela oposição mostram corpos de vítimas, muitas delas crianças, espalhados pelo chão
Foto: AFP
Meninas que sobreviveram ao ataque com gás tóxico recebem atendimento em uma mesquita
Foto: Reuters
Ainda em desespero, crianças que escaparam da morte são atendidas em mesquita no bairro de Duma
Foto: Reuters
Menino chora após o ataque que, segundo a oposição, deixou centenas de mortos em Damasco
Foto: Reuters
Após o ataque com armas químicas, homem corre com criança nos braços
Foto: Reuters
Criança recebe atendimento em um hospital improvisado
Foto: Reuters
Foto do Comitê Local de Arbeen, órgão da oposição síria, mostra homem e mulher chorando sobre corpos de vítimas do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Nesta fotografia do Comitê Local de Arbeen, cidadãos sírios tentam identificar os mortos do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Homens esperam por atendimento após o suposto ataque químico das forças de segurança da Síria na cidade de Douma, na periferia de Damasco; a fotografia é do escrtitório de comunicação de Douma
Foto: Media Office Of Douma City / AP
"Eu estou viva", grita uma menina síria em um local não identificado na periferia de Damasco; a imagem foi retirada de um vídeo da oposição síria que documenta aquilo que está sendo denunciado pelos rebeldes como um ataque químico das forças de segurança da Síria assadista
Foto: YOUTUBE / ARBEEN UNIFIED PRESS OFFICE / AFP
Nesta imagem da Shaam News Network, órgão de comunicação da oposição síria, uma pessoa não identificada mostra os olhos de uma criança morta após o suposto ataque químico de tropas leais ao Exército sírio em um necrotério improvisado na periferia de Damasco; a fotografia, de baixa qualidade, mostra o que seria a pupila dilatada da vítima
Foto: HO / SHAAM NEWS NETWORK / AFP
Rebeldes sírios enterram vítimas do suposto ataque com armas químicas contra os oposicionistas na periferia de Damasco; a fotografia e sua informação é do Comitê Local de Arbeen, um órgão opositor, e não pode ser confirmada de modo independente neste novo episódio da guerra civil síria
Foto: YOUTUBE / LOCAL COMMITTEE OF ARBEEN / AFP
Agências internacionais registraram que a região ficou vazia no decorrer da quarta-feira
Foto: Reuters
Mais de mil pessoas podem ter morrido no ataque químico, segundo opositores do regime de Bashar al-Assad
Foto: Reuters
Cão morto é visto em meio a prédios de Ain Tarma
Foto: Reuters
Homens usam máscara para se proteger de possíveis gases químicos ao se aventurarem por rua da área de Ain Tarma
Foto: Reuters
Imagem mostra a área de Ain Tarma, no subúrbio de Damasco, deserta após o ataque químico que deixou centenas de mortos na quarta-feira. Opositores do governo sírio denunciaram que forças realizaram um ataque químico que matou homens, mulheres e crianças enquanto dormiam