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Rei da Jordânia promete guerra “implacável” ao Estado Islâmico

4 fev 2015 - 16h29
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O rei Abdullah da Jordânia prometeu uma guerra “implacável” ao Estado Islâmico no território do próprio grupo nesta quarta-feira em reação a um vídeo da facção radical que mostra um piloto jordaniano capturado sendo queimado vivo em uma jaula.

Rei Abdullah, da Jordânia, cumprimenta multidão em Amã, após retornar de viagem aos EUA. 4/2/2015
Rei Abdullah, da Jordânia, cumprimenta multidão em Amã, após retornar de viagem aos EUA. 4/2/2015
Foto: Majed Jaber / Reuters

A Jordânia enforcou dois jihadistas iraquianos, um deles uma mulher, na quarta-feira, e prometeu intensificar sua ação militar contra o Estado Islâmico.

“Estamos nesta guerra para proteger nossa fé, nossos valores e princípios humanos, e nossa guerra em nome disto será implacável e irá atingi-los em seu próprio solo”, teria dito o rei durante uma reunião de segurança, segundo a televisão estatal.

Parte da aliança liderada pelos Estados Unidos contra os insurgentes, a Jordânia prometeu “uma reação de tremer a terra” ao assassinato de seu piloto, Mouath al-Kasaesbeh, que foi capturado em dezembro quando seu caça F-16 caiu no nordeste da Síria.

O porta-voz do governo, Mohammad al-Momani, declarou nesta quarta-feira: “Estamos falando de um esforço colaborativo entre membros da coalizão para intensificar os esforços para deter o extremismo e o terrorismo e minar, degradar e por fim acabar com o Daesh”, declarou, usando o termo árabe depreciativo para o Estado Islâmico.

Ele disse se tratar da continuidade de uma política já antiga de seu país no combate a militantes islamitas linha-dura, e que o rei Abdullah encurtou uma visita aos EUA e presidiu uma reunião com autoridades de segurança de alta patente na quarta-feira.

“Todas as agências militares e de segurança do Estado estão elaborando sua opções. A reação da Jordânia será ouvida pelo mundo todo, mas esta reação em nível militar e de segurança será anunciada no momento adequado”, declarou Momani.

O Estado Islâmico havia exigido a libertação de Sajida al-Rishawi em troca da soltura de um refém japonês que mais tarde decapitou. Condenada à morte por seu papel em um atentado suicida em Amã em 2005, Rishawi foi executada de madrugada.

A Jordânia também executou um prisioneiro de alto escalão da Al Qaeda, Ziyad Karboli, iraquiano sentenciado à pena capital em 2008.

O piloto jordaniano foi o primeiro da coalizão a ser capturado e morto pelo grupo extremista.

Alguns cidadãos criticaram o rei por envolver o país na guerra encabeçada pelos norte-americanos, o que disseram que irá provocar uma retaliação dos militantes, mas o assassinato do militar produziu uma onda de revolta e pedidos de vingança.

Na terça-feira a Jordânia comunicou que o piloto foi morto um mês atrás, e há semanas o governo colhia informações de que o militar havia sido morto há algum tempo, segundo uma fonte próxima do governo.

Em um discurso televisionado, o monarca exortou a união nacional e disse que a execução do piloto foi um ato de terror covarde de um grupo criminoso que não tem relação com o islamismo.

O indicado do presidente dos EUA, Barack Obama, para a secretaria de Defesa, Ashton Carter, se comprometeu na quarta-feira a solucionar os supostos atrasos nas vendas de armas para a Jordânia.

O governo sírio repudiou o assassinato e instou a Jordânia a cooperar com seu país na luta contra o Estado Islâmico e a Frente Al Nusra, braço da Al Qaeda na Síria. Os EUA descartaram Damasco como parceira na campanha contra os radicais, descrevendo o presidente sírio, Bashar al-Assad, como parte do problema.

(Reportagem adicional de Sami Aboudi em Dubai)

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