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Israel: guerra em Gaza foi legítima e civis não foram alvos

Relatório diz que ataques eram contra alvos militares de aparência civil

14 jun 2015 - 10h19
(atualizado às 11h32)
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Israelenses negam ataque a civis na Faixa de Gaza
Israelenses negam ataque a civis na Faixa de Gaza
Foto: Amir Cohen / Reuters

Um relatório do governo israelense concluiu neste domingo que a guerra na Faixa de Gaza, entre julho e agosto de 2014, foi "legal" e "legítima", indicando que seu exército não teve como alvo nenhum civil. O conflito em questão deixou cerca de 2.200 mortos entre os palestinos, em sua maioria civis, segundo a ONU.

Este relatório é tornado público pouco antes da publicação de um outro pela Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, que deve tornar pública as suas conclusões sobre o conflito em junho, enquanto os beligerantes se acusam mutuamente de "crimes de guerra".

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"A maioria dos fatos que pareciam ser ataques indiscriminados contra civis ou alvos civis eram ataques legítimos contra alvos militares de aparência civil, revelando as operações militares de grupos terroristas", afirma o relatório, enquanto muitas ONGs e organizações internacionais denunciam repetidamente os ataques contra civis, crianças e escolas, incluindo da ONU.

Quanto aos civis mortos, Israel considera se tratar dos "efeitos indiretos infelizes - mas legais - das ações militares legítimas em áreas com população civil e seus arredores".

Nos 50 dias de conflito, o exército realizou ataques contra alvos que constituíam, "com certeza razoável", alvos militares, e "Israel não visou intencionalmente civis ou alvos civis", diz o relatório.

Em 8 de julho de 2014, Israel lançou uma ofensiva aérea e, posteriormente, terrestre, contra a Faixa de Gaza, a fim de interromper o lançamento de foguetes a partir do território palestino. Em 50 dias, quase 2.200 palestinos foram mortos, incluindo mais de 500 crianças, de acordo com a ONU, enquanto 73 israelenses morreram, incluindo 67 soldados.

Israel ataca Gaza após disparos de foguetes:

Os palestinos rejeitaram o relatório do governo de Israel, declarando que "a decisão israelense de negar ter visado civis em Gaza segue a lógica do que Israel fez na Faixa de Gaza", segundo declarou à AFP Ehab Bseiso, porta-voz do governo de união palestino.

Deste modo, "o relatório publicado neste domingo não muda em nada a nossa posição que é de cobrar uma investigação internacional". Os palestinos acionaram o Tribunal Penal Internacional (TPI), denunciando "crimes de guerra" cometidos pelo exército israelense em Gaza. O tribunal decidiu em janeiro por uma análise preliminar para "determinar se exite fundamento razoável" para abrir uma investigação.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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