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Secretário-geral da ONU condena bombardeio de escola em Gaza

Este foi o terceiro prédio da organização atingido pela ofensiva israelense em 10 dias

3 ago 2014 - 14h15
(atualizado às 14h16)
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<p>Um palestino carrega um menino ferido logo após um ataque aéreo israelense contra uma escola das Nações Unidas em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 3 de agosto</p>
Um palestino carrega um menino ferido logo após um ataque aéreo israelense contra uma escola das Nações Unidas em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 3 de agosto
Foto: Ibraheem Abu Mustafa / Reuters

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chamou neste domingo de "nova violação flagrante do direito humanitário internacional" o bombardeio de uma escola das Nações Unidas em Rafah que matou 10 palestinos.

"É um escândalo do ponto de vista moral e é um ato criminoso", afirmou.

"Esta loucura deve parar", enfatizou o secretário-geral em um comunicado lido por seu porta-voz, no qual pede a Israel e ao Hamas que terminem com os combates e negociem um acordo de paz no Cairo.

O ataque em Rafah foi o terceiro em 10 dias contra uma escola da ONU.

Sem atribuir explicitamente a responsabilidade do ataque em Rafah a um lado ou outro, Ban destacou que o exército israelense foi "repetidamente informado sobre a localização" dos refúgios da ONU.

Três locais foram atingidos recentemente por ataques.

"Os refúgios devem ser áreas seguras e não zonas de combate,"afirmou.

Também apontou que o ataque contra a população civil, como os demais, deve ser objeto de uma "investigação rápida" e que os responsáveis devem prestar contas.

Ban se declarou "muito afetado pelo dramático aumento da violência (em Gaza) e com a morte de centenas de civis palestinos". O secretário-geral da ONU voltou a pedir a restauração do cessar-fogo e a retomada das negociações no Cairo "para abordar as questões profundas" que causaram o conflito.

Também apelou às partes para que "cessem imediatamente a luta e voltem ao caminho da paz".

O diretor da Agência de Assistência aos Refugiados Palestinos da ONU (UNRWA), Pierre Krahenbuhl, expressou "comoção e incredulidade" ante o bombardeio de mais uma escola das Nações Unidas em Gaza.

Krahenbuhl disse ao programa Face the Nation, do canal americano CBS, que a bomba explodiu perto da entrada principal da escola na cidade palestina de Rafah, provocando vários mortos e feridos dentro e fora do edifício.

"Acontecendo após uma série de incidentes, de bombardeios nas últimas semanas e mais recentemente o bombardeio de nossa escola em Jabaliya, que provocou indignação e foi clara e merecidamente condenado pela UNRWA e por mim publicamente, este é, com certeza, outro incidente que gera tanto comoção como incredulidade ante o fato de que pode voltar a acontecer", afirmou.

Pressões da Liga Árabe

O representante palestino na Liga Árabe, Mohammed Sabih, pediu que a comunidade internacional pressione Israel para que envie delegação ao Cairo para participar das negociações por um cessar-fogo definitivo na Faixa de Gaza.

Segundo declarações de Sabih a jornalistas, é necessário que o governo egípcio faça a mediação, e que esta tenha também a participação dos Estados Unidos.

O embaixador palestino disse que segue de perto as negociações que acontecem no Cairo, e lamentou ainda que Israel não tenha enviado equipe para participar dos debates.

"O que se requer nesta etapa é um cessar-fogo e o fim dos ataques à Gaza", afirmou Sabih, que ainda lembrou de uma decisão de 2007 da Liga Árabe, que determinava o fim do cerco à Gaza, o que implicaria na abertura do porto da região.

O diplomata ainda cobrou que Tel Aviv liberte o último grupo de 104 prisioneiros incluídos no acordo de entendimento assinado em 2011, que resultou na soltura do soldado israelense Gilad Shalit em troca de centenas de palestinos.

Mohammed Sabih classificou a operação israelense Limite Protetor, iniciada no mês passado como "devastadora guerra". Segundo o representante palestino, a operação teve maior poder de destruição que um terremoto ou furacão.

As facções que compõem a delegação palestina concordaram em um documento em suas principais reivindicações. O texto, centrado principalmente no cessar-fogo, exige a retirada das forças israelenses de Gaza, o desbloqueio da faixa e a libertação de presos. 

A ofensiva militar israelense deixou até agora 1.766 mortos e 9.500 feridos, em sua maioria civis, segundo o Ministério da Saúde na Faixa de Gaza.

Com informações da AFP e EFE.

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