O Senado dos Estados Unidos começará na próxima semana os debates sobre a autorização solicitada pelo presidente Barack Obama para realizar uma intervenção militar na Síria, anunciou neste sábado o senador Harry Reid, líder da bancada do Partido Democrata.
O Congresso, que está em recesso pelas férias de verão, vai voltar aos trabalhos a partir de 9 de setembro, mas o Senado vai realizar audiências e sessões informativas sobre o tema da Síria a partir da próxima semana, de acordo com Reid.
"É hora de o Congresso debater e votar sobre se as ações atrozes da Síria devem ser respondidas com um uso limitado de força militar americana", disse o senador em comunicado. De acordo com Reid, o uso de força militar contra a Síria "é justificado e necessário", e os Estados Unidos têm "uma obrigação moral" quanto à aplicação das leis internacionais que proíbem o uso de armas químicas.
Reid explicou que falou com o presidente do Comitê das Relações Exteriores do Senado, o também democrata Bob Menéndez, e que chegaram a um acordo para que o comitê faça audiências sobre o caso da Síria com funcionários do governo a partir da próxima semana.
Segundo um comunicado do gabinete de Menéndez, a primeira audiência acontecerá na terça-feira, já que é feriado na segunda-feira pela celebração do Dia do Trabalho nos EUA.
O propósito de Reid é que o plenário do Senado vote uma resolução para autorizar Obama a usar a força contra a Síria, no máximo, na semana do dia 9 de setembro.
A Câmara dos Representantes, com maioria republicana, também espera começar a discutir a autorização a partir do dia 9 de setembro, disseram hoje seus líderes, entre eles o presidente da casa, John Boehner.
Obama anunciou neste sábado a decisão de atacar a Síria em represália pelo uso de armas químicas por parte do regime de Bashar al Assad, algo que considera como provado, mas esclareceu que buscará a autorização do Congresso, o que afasta a perspectiva de uma ação iminente.
De acordo com funcionários da Casa Branca, Obama tinha decidido em princípio fazer a ação militar sem a autorização do Congresso, mas na última hora, na noite da sexta-feira, mudou de opinião após longas discussões com sua equipe de segurança nacional.
"Estamos preparados para atacar quando decidirmos", advertiu Obama, que considera que está comprovado que o regime do presidente Assad foi o responsável pelo ataque com armas químicas no dia 21 de agosto na periferia de Damasco.
O presidente disse estar disposto a dar a "ordem" de ataque e afirmou que a operação militar pode acontecer assim que quiser, pois as Forças Armadas estão preparadas.
Mas também declarou: "tenho consciência que sou o presidente da democracia constitucional mais antiga do mundo. Apesar de acreditar que tenho a autoridade para realizar esta ação militar sem uma autorização específica do Congresso, sei que o país será mais forte se tomarmos essa medida e nossas ações serão, inclusive, mais eficazes".
Menino vítima de ataque com armas químicas recebe oxigênio
Foto: Reuters
Menina é atendida em hospital improvisado após o ataque
Foto: AP
Homens recebem socorro após o ataque com arma químicas, relatado pela oposição e ativistas
Foto: AP
Mulher que, segundo a oposição, foi morta em ataque com gases tóxicos
Foto: AFP
Homens e bebês, lado a lado, entre as vítimas do massacre
Foto: AFP
Corpos são enfileirados no subúrbio de Damasco
Foto: AFP
Muitas crianças estão entre as vítimas, de acordo com imagens divulgadas pela oposição ao regime de Assad
Foto: AP
Corpos das vítimas, reunidos após o ataque químico
Foto: AP
Imagens divulgadas pela oposição mostram corpos de vítimas, muitas delas crianças, espalhados pelo chão
Foto: AFP
Meninas que sobreviveram ao ataque com gás tóxico recebem atendimento em uma mesquita
Foto: Reuters
Ainda em desespero, crianças que escaparam da morte são atendidas em mesquita no bairro de Duma
Foto: Reuters
Menino chora após o ataque que, segundo a oposição, deixou centenas de mortos em Damasco
Foto: Reuters
Após o ataque com armas químicas, homem corre com criança nos braços
Foto: Reuters
Criança recebe atendimento em um hospital improvisado
Foto: Reuters
Foto do Comitê Local de Arbeen, órgão da oposição síria, mostra homem e mulher chorando sobre corpos de vítimas do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Nesta fotografia do Comitê Local de Arbeen, cidadãos sírios tentam identificar os mortos do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Homens esperam por atendimento após o suposto ataque químico das forças de segurança da Síria na cidade de Douma, na periferia de Damasco; a fotografia é do escrtitório de comunicação de Douma
Foto: Media Office Of Douma City / AP
"Eu estou viva", grita uma menina síria em um local não identificado na periferia de Damasco; a imagem foi retirada de um vídeo da oposição síria que documenta aquilo que está sendo denunciado pelos rebeldes como um ataque químico das forças de segurança da Síria assadista
Foto: YOUTUBE / ARBEEN UNIFIED PRESS OFFICE / AFP
Nesta imagem da Shaam News Network, órgão de comunicação da oposição síria, uma pessoa não identificada mostra os olhos de uma criança morta após o suposto ataque químico de tropas leais ao Exército sírio em um necrotério improvisado na periferia de Damasco; a fotografia, de baixa qualidade, mostra o que seria a pupila dilatada da vítima
Foto: HO / SHAAM NEWS NETWORK / AFP
Rebeldes sírios enterram vítimas do suposto ataque com armas químicas contra os oposicionistas na periferia de Damasco; a fotografia e sua informação é do Comitê Local de Arbeen, um órgão opositor, e não pode ser confirmada de modo independente neste novo episódio da guerra civil síria
Foto: YOUTUBE / LOCAL COMMITTEE OF ARBEEN / AFP
Agências internacionais registraram que a região ficou vazia no decorrer da quarta-feira
Foto: Reuters
Mais de mil pessoas podem ter morrido no ataque químico, segundo opositores do regime de Bashar al-Assad
Foto: Reuters
Cão morto é visto em meio a prédios de Ain Tarma
Foto: Reuters
Homens usam máscara para se proteger de possíveis gases químicos ao se aventurarem por rua da área de Ain Tarma
Foto: Reuters
Imagem mostra a área de Ain Tarma, no subúrbio de Damasco, deserta após o ataque químico que deixou centenas de mortos na quarta-feira. Opositores do governo sírio denunciaram que forças realizaram um ataque químico que matou homens, mulheres e crianças enquanto dormiam