Síria: 73 mil mortos em 2013, o ano mais sangrento do conflito
O ano de 2013 foi o mais sangrento desde o início do conflito em março de 2011 na Síria, com um balanço de mais de 73 mil mortos - informou nesta quarta-feira o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Na terça-feira, a ONG anunciou um balanço global de mais de 130 mil mortos desde o início da guerra que opõe o regime de Bashar al-Assad e rebeldes. Entre as vítimas fatais estão 7 mil crianças.
A OSDH, cuja sede fica no Reino Unido e se baseia numa grande rede de fontes civis, médicas e militares, acusou "a comunidade internacional de ser cúmplice do derramamento de sangue na Síria" em rezão de uma "séria falta de ação" para deter o conflito.
"2013 foi o ano mais sangrento desde o início da revolução" em 15 de março de 2011, com "73.455 mortos" dos quais mais de 22 mil civis, afirmou à AFP Rami Abdel Rahmane, diretor da OSDH.
"A comunidade internacional não se mobilizou de forma séria para deter o massacre que continua acontecendo na Síria, e se contentou com condenações", lamentou a ONG.
"Ela se concentrou, nos últimos meses, na questão do desarmamento químico após o massacre com gases tóxicos de 21 de agosto nas proximidades de Damasco (...) e ignorou dezenas de massacres nos quais milhares de sírios morreram, entre eles crianças e mulheres", acrescentou.
Um acordo russo-americano prevendo a destruição deste arsenal evitou ataques militares americanos à Síria, em represália ao ataque químico assassino que Washington atribui às tropas de Bashar al-Assad. O presidente acusa a oposição de ter forjado o massacre.
A guerra continua a causar estragos na Síria a exatos 22 dias da conferência de paz para tentar solucionar o conflito, em Genebra.
Nesta quarta-feira, o regime fez um ataque aéreo nos setores rebeldes de Aleppo, matando pelo menos cinco pessoas nesta metrópole setentrional, atingida por "barris de explosivos" lançados de aviões desde o último 15 de dezembro, segundo a OSDH.
Na terça-feira, um míssil lançado pelo exército em um ônibus de Aleppo matou pelo menos 17 pessoas, de acordo com a ONG.
Pacífica no início, a revolta se transformou numa guerra civil após ter sido brutalmente reprimida. Desertores e civis que pegaram em armas formaram uma coalizão rebelde antes de serem rapidamente cooptados por grupos jihadistas.