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Soldados libaneses são mortos em combates perto da Síria

Enfrentamentos com homens armados começaram após a detenção de um integrante da Frente al-Nosra, braço sírio da Al-Qaeda

3 ago 2014 - 09h41
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<p>Homens armados levam homens capturados, dois deles com uniformes da polícia, em Arsal, cidade muçulmana sunita do Líbano, perto da fronteira com a Síria, em 2 de agosto</p>
Homens armados levam homens capturados, dois deles com uniformes da polícia, em Arsal, cidade muçulmana sunita do Líbano, perto da fronteira com a Síria, em 2 de agosto
Foto: AP

Oito soldados libaneses morreram em confrontos iniciados no sábado na região de Arsal, perto da fronteira com a Síria, após a detenção de um suposto membro do braço sírio da Al-Qaeda.

Os combates, que representam o incidente mais grave em território libanês desde o início da guerra na Síria em março de 2011, prosseguiam neste domingo no nordeste do país.

Homens armados abriram fogo no sábado contra postos de controle de soldados e policiais libaneses em Arsal, onde as unidades do exército enfrentaram durante toda a noite os grupos insurgentes.

"Os combates deixaram oito mártires no exército e vários feridos", afirma um comunicado militar.

Segundo as autoridades, os combates começaram na tarde de sábado, após a detenção do sírio Imad Ahmad Joma, que, segundo o exército, admitiu integrar a Frente al-Nosra, braço sírio da Al-Qaeda.

Depois da detenção, homens armados cercaram postos de controle na região e abriram fogo. O ataque contra uma unidade da polícia também matou dois civis.

O exército libanês prometeu no sábado atuar de maneira "decidida e firme" para impedir que o conflito na vizinha Síria afete o Líbano.

A explosão de violência aumenta a tensão na cidade libanesa de Trípoli (norte), onde ativistas sunitas, que apoiam a rebelião síria, enfrentam as forças de segurança libanesas e os habitantes alauitas, que respaldam o presidente sírio, Bashar al-Assad.

Segundo uma fonte das forças de segurança, dois soldados ficaram feridos em novos confrontos em Trípoli, onde foguetes antitanque e artefatos explosivos de fabricação caseira foram utilizados.

O incidente em Arsal provocou preocupação no Líbano e no exterior.

O governo dos Estados Unidos condenou os ataques e pediu aos diferentes grupos no Líbano que permaneçam neutros ante os conflitos regionais.

O primeiro-ministro Tammam Salam condenou o que chamou de "ataque flagrante contra o Estado libanês e suas forças armadas" e fez um apelo a todas as forças políticas por "esforços para proteger o Líbano".

O exército enviou soldados para a região e dois helicópteros.

A localidade de Arsal é majoritariamente sunita, como a rebelião síria, e a região abriga dezenas de milhares de refugiados sírios.

A região montanhosa, que passou por períodos de grande tensão com as forças de segurança libanesas, já foi cenário em várias ocasiões de ataques aéreos sírios contra refúgios das forças rebeldes.

Além disso, Arsal é vizinha da localidade síria de Qalamun, onde os rebeldes sofreram várias derrotas nos últimos meses contra o exército sírio, apoiado por combatentes do Hezbollah xiita libanês.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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