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Talibãs anunciam início de ofensiva contra alvos estrangeiros no Afeganistão

22 abr 2015 - 06h56
(atualizado às 06h56)
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Talibãs do Afeganistão anunciaram nesta quarta-feira o início de uma ofensiva contra alvos estrangeiros no país - tropas e instalações diplomáticas, além do próprio Exército afegão -, como parte de sua "campanha de primavera", estação do ano em que tradicionalmente os insurgentes aumentam suas operações militares.

"O Emirado Islâmico (como os talibãs se autodenominam) lançará as operações de primavera definidas pela Comissão Militar com o nome de 'Azm' nesta sexta-feira às 5h locais (9h30 em Brasília)", anunciou o porta-voz do grupo, Zabihullah Mujahid em comunicado.

Os talibãs chamaram a campanha de "Azm" neste ano, vocábulo pachtun que em inglês poderia ser traduzido para "Resolution" (Resolução), um nome que lembra a missão iniciada pela Otan neste ano no país "Resolute Support" (Apoio Decidido).

A Otan conta desde janeiro com cerca de 4 mil soldados realizando tarefas de assistência e capacitação dos corpos de segurança afegãos após o fim da missão de combate em 2014. Já os Estados Unidos mantêm no país 11 mil militares que desempenham funções semelhantes.

Mujahid indicou no comunicado que, apesar de as forças estrangeiras terem anunciado o fim das operações militares em solo afegão, continuam "controlando a terra e o espaço aéreo" e interferindo nos assuntos do país. Além disso, executam também ataques com drones e operações noturnas.

Por isso, os talibãs estão "determinados a prolongar sua luta contra os invasores e seus fantoches", em referência ao governo do Afeganistão, disse o porta-voz. Além das forças estrangeiras, os principais alvos serão suas bases permanentes e centros diplomáticos no país, o Exército afegão e suas instalações.

"Aqueles mujahedins que se mostrarem negligentes e pouco cuidadosos na hora de preservar as vidas e propriedades dos civis serão penalizados de acordo com as regulações e normais da sharia (lei islâmica) e da jihad (guerra santa), indicou o porta-voz.

As vítimas inocentes dos enfrentamentos entre forças de segurança e insurgentes cresceram 8% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2014 no país, conforme levantamento recente da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (Unama).

O Afeganistão registrou um recorde de vítimas civis em 2014 - 3.699 mortos e 6.849 feridos -, um aumento de 25% e 21%, respectivamente, em relação a 2013.

EFE   
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