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Turquia defende invasão de consulado no Iraque

14 jun 2014 - 16h05
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Diplomatas e soldados presos dentro do consulado da Turquia na cidade iraquiana de Mossul, no norte do país, não tiveram opção a não ser se entregar, depois que centenas de militantes islamistas fortemente armados cercaram o prédio nesta semana, disse o ministro do exterior neste sábado.

O sequestro de 49 turcos, incluindo soldados das forças especiais, diplomatas e crianças, por insurgentes do movimento Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL) na quarta-feira gerou críticas imediatas ao governo do primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, por ter falhado em prever o perigo e esvaziar o consulado antes.

A ofensiva do ISIL ameaça desmantelar o Iraque e deixa a Turquia diante de uma crescente insurgência islâmica em dois dos seus vizinhos do sul, com o ISIL também ganhando territórios na Síria perto da fronteira turca.

O vice-ministro das Relações Exteriores turco, Naci Koru, disse que todas as medidas de segurança foram tomadas no consulado, mas os eventos aconteceram rapidamente e as forças de segurança iraquianas posicionadas ao redor do prédio abandonaram os seus postos quando o ISIL tomou Mossul. “Nós demos uma ordem (na terça-feira) para esvaziar o consulado, mas nosso cônsul-geral disse que era mais seguro ficar dentro do consulado. Ele disse que não seria possível sair devido às circunstâncias”, Koru disse a repórteres em Ancara. Centenas de insurgentes cercaram o prédio no dia seguinte, ele disse, quando o cônsul-geral voltou a telefonar para Ancara.

“Os militantes estavam pedindo que eles se entregassem em dez minutos e disseram que, caso contrário, entrariam no prédio. Entramos em contato imediatamente com o nosso primeiro-ministro e com o ministro das Relações Exteriores e a decisão (de se entregar) foi tomada”, disse Koru. “Não era possível enfrentar um grupo tão grande com a quantidade de pessoal de segurança dentro do consulado.”

Os militantes entraram no prédio, colocaram as 49 pessoas em veículos e as levaram para outro local, onde permanecem detidas e ilesas, disse Koru. Erdogan disse na sexta-feira que todos os esforços estão sendo feitos para garantir a libertação dos funcionários do consulado, bem como de um segundo grupo de 31 caminhoneiros turcos também capturados pelo ISIL nesta semana. Ele criticou seus adversários por tentarem obter ganhos políticos de uma situação altamente sensível.

Autoridades turcas deixaram claro que não há planos imediatos para lançar qualquer tipo de operação militar para libertar os reféns, dizendo que grupos militantes relevantes foram contatados e que os esforços diplomáticos estão em andamento em coordenação com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o governo iraquiano e os Estados Unidos.

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