Venezuela e Irã se articulam para que Não-Alinhados impeçam ataque à Síria
A Venezuela e o Irã concordaram em se articular para que o Movimento dos Países Não-Alinhados (Mnoal) se una às tentativas internacionais para impedir um ataque militar à Síria decidido pelos Estados Unidos, informou neste domingo o governo venezuelano.
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Os chanceleres das nações aliadas "concordaram em instruir" seus embaixadores na Organização das Nações Unidas (ONU) para que realizem "imediatamente as consultas necessárias e pertinentes com seus pares" do Mnoal, considerando que a Venezuela e o Irã são parte dessa tríade, revelou um comunicado oficial venezuelano.
A presidência do movimento hoje é do Irã, e em 2015 a Venezuela será sede da próxima cúpula de governantes dos países-membros do grupo.
O chanceler venezuelano, Elías Jaua, e seu colega do Irã, Mohammad Javad Zarif, decidiram acionar o Mnoal em uma conversa telefônica na qual "concordaram na posição comum de rejeição total à intervenção militar na Síria e a qualquer outro tipo de intervenção fora dos preceitos do direito internacional", acrescentou o texto.
Os princípios de não ingerência e solução pacífica de controvérsias são comuns na política externa da Venezuela e do Irã e os chanceleres "estiveram de acordo na necessidade de reiterá-los em todos os palcos internacionais", acrescentou.
Jaua conversou com o ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid al Moalen, "a quem transmitiu os desejos e orações de paz do presidente Nicolás Maduro e do povo venezuelano para todo o povo sírio".
"Também garantiu que o governo bolivariano continuará se pronunciando em defesa dos princípios do direito internacional e de uma solução pacífica que venha preferencialmente povo sírio", arrematou o comunicado venezuelano.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse ontem que decidiu atacar Síria em represália pela utilização pelo regime de armas químicas contra a população civil, o que considera provado. O ataque militar limitado será determinado após a aprovação do congresso, que volta do recesso em 9 de setembro.
Os inspetores da ONU ainda não apresentaram os resultados da investigação realizada na Síria, mas o secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou hoje que tem provas do uso pelo regime de Bashar al Assad de gás sarin na periferia de Damasco no último dia 21.