Zona livre de armas no Oriente Médio é rejeitada em reunião do TNP
A conferência dos países signatários do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) pode fracassar, depois que, nesta sexta-feira, Estados Unidos e seus aliados rejeitaram uma iniciativa árabe de criar uma zona livre de armas nucleares no Oriente Médio.
Washington e Londres se opuseram a uma parte do rascunho do documento final, que estabelece para 1º de março de 2016 o prazo para a convocação de uma conferência sobre o estabelecimento dessa zona de desarmamento.
Por sugestão do Irã, os participantes da cúpula fizeram uma intervalo até 20h (horário de Brasília) para tentar superar essa divergência.
"Não há acordo sobre o documento", declarou, após a sessão plenária, o subsecretário americano de desarmamento e segurança internacional, Rose E. Gottemoeller.
Segundo ele, a iniciativa árabe é "incompatível com nossas políticas de longa data".
O funcionário criticou a "data-limite arbitrária" e culpou os países árabes, especialmente o Egito, por insistirem em avançar no estabelecimento da zona livre de armas nucleares no Oriente Médio.
Os Estados Unidos preferem que não haja "nenhum documento final a haver um documento ruim", afirmou Gottemoeller.
O embaixador britânico para o Desarmamento, Matthew Roland, também rejeitou o texto e disse estar "decepcionado por não ter conseguido chegar a um acordo".
O TNP entrou em vigor em 1970 e inclui 190 países, ou entidades, e dispõe de uma conferência de acompanhamento que acontece a cada cinco anos.
Israel não é membro do TNP, mas assiste à reunião como observador. O representante israelense se opôs à proposta promovida pelo Egito e pelos países árabes. Especialistas acreditam que Israel seja o único país da região a dispor de arsenal nuclear - pelo menos 200 ogivas -, o que nunca foi reconhecido oficialmente pelo Estado hebreu.