Os multimilionários que apoiam Hillary Clinton e Donald Trump
Nas bilionárias eleições americanas, ser rico não é apenas ter dinheiro - mas também poder e influência.
Por isso é que, a um mês e meio das concorridas eleições presidenciais de 8 de novembro nos Estados Unidos, vários pesos-pesados dos negócios já declararam seu apoio a um dos dois principais candidatos.
Entre o empresariado do país é comum a tomada de posições claras a favor de uma ou outra opção. Veja quem já declarou seu apoio à candidata democrata, Hillary Clinton, ou a seu rival republicano, Donald Trump.
A favor de Hillary Clinton
Warren Buffet
Apesar de faturar milhões como diretor-executivo da poderosa holding Hathaway, que controla fatias de empresas como a Coca-Cola e American Express, Warren Buffet defende ideias que o colocam no espectro político da esquerda americana.
Uma delas, por exemplo, é a de que multimilionários como ele paguem mais impostos.
Em um evento recente da campanha Clinton, o empresário atacou duramente o bilionário candidato republicano, Donal Trump: "O senhor não tem noção de decência?", perguntou, em alusão a uma polêmica entre Trump e a família de um soldado americano muçulmano morto em combate.
Buffet também zombou das repetidas falências que as empresas de Trump registraram ao longo de sua carreira empresarial - uma alfinetada especialmente dolorosa, já que o republicano frequentemente aponta seu êxito acumulando uma fortuna pessoal para indicar o que seria um eventual mandato seu na Casa Branca.
Michael Bloomberg
Durante meses, especulou-se que o magnata independente pudesse concorrer como terceira via na tradicional disputa entre democratas e republicanos na corrida à Casa Branca. Para muitos, o ex-prefeito de Nova York teria chances.
Porém, o que Bloomberg não queria era ver uma disputa entre o pré-candidato democrata Bernie Sanders e o republicano Donald Trump. A vitória de Hillary Clinton sobre Sanders nas primárias do partido convenceu Bloomberg a endossar o nome dela para suceder Barack Obama.
O discurso do empresário a favor de Clinton foi um dos destaques da convenção democrata. Nele, Bloomberg se apresentou como porta-voz das pessoas que no passado já confiaram seu voto tanto ao Partido Republicano quanto ao Partido Democrata.
"Embora não concorde sempre com ela (Hillary), ela é a escolha certa", declarou Bloomerg. O empresário disse ainda que Trump é um "demagogo perigoso".
"Vamos votar pela pela pessoa mais capacitada para a função", afirmou.
Meg Whitman
Mais que fortuna, o apoio de Meg Whitman aporta um outro ativo valioso à campanha Clinton. A presidente da Hewlett Packard, republicana e ex-governadora da Califórnia, diz que prefere Clinton ao nome do seu próprio partido na Casa Branca.
"O momento é de colocar o país à frente do partido", disse a empresária ao jornal The New York Times. "Votarei em Hillary."
O respaldo à rival de partido não caiu bem com Donald Trump, que qualificou Whitman de "demagoga mentirosa".
A favor de Donald Trump
Carl Icahn
O investidor bilionário é um grande fã de Trump - que vê como alternativa real ao establishment político na capital americana, Washington.
"Precisamos urgentemente de alguém como Donald em Washington", disse o bilionário à emissora CNBC.
Para Icahn, o controverso republicano seria mais capaz de solucionar problemas que sua rival democrata Hillary Clinton - vista precisamente como um produto deste establishment.
Os elogios de Icahn foram retribuídos por Trump, que prometeu ao amigo o posto de secretário do Tesouro se for eleito. Por Twitter, o investidor aceitou a oferta.
Sheldon Adelson
Republicano convicto, Adelson já foi um competidor de Trump nos negócios - em particular, os setores de cassinos e hoteis.
Adelson construiu sua fortuna graças à Las Vegas Sands Corporation, empresa que detém diversos hoteis e cassinos nos Estados Unidos e na Ásia.
Anos atrás, fracassou na tentativa de criar uma espécie de Las Vegas na Espanha.
Um dos maiores doadores do partido Republicano - e o maior deste ciclo eleitoral -, o magnata contribuiu com nada menos que US$ 100 milhões para a campanha de Trump durante as primárias, segundo o jornal The New York Times.
E planejaria gastar outros US$ 45 milhões para elevar as chances de outros candidatos republicanos nas últimas seis semanas antes das eleições, de acordo com o Wall Street Journal.
Peter Thiel
Alguns o consideram uma "ovelha negra" do Vale do Silício, o berço de tecnologia dos Estados Unidos. Fundador do site de pagamentos PayPal e investidor, Thiel é um dos poucos milionários da meca tecnológica da Califórnia a apoiar Trump.
Thiel vai na contracorrente de empresários como Drew Houston, fundador e diretor-executivo do Dropbox, e Reed Hastings, co-fundador e diretor executivo do Netflix, que apoiam Clinton.
Para ele, o melhor de Trump é que o magnata republicano representa uma bofetada na política tradicional americana.
"Nos tempos atuais, é preciso encontrar uma saída da política em todas as suas formas", disse Thiel.
Sarcástico, o jornal britânico Guardian disse que Thiel "é a única pessoa viva que apoia Trump no Vale do Silício".