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Os planos de Trump para primeira audiência após virar réu em caso de ex-atriz pornô

Em meio a um forte esquema de segurança, polícia escoltará o ex-presidente pela cidade de Nova York até o tribunal nesta terça-feira.

4 abr 2023 - 06h26
(atualizado às 07h24)
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Donald Trump
Donald Trump
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O ex-presidente americano Donald Trump tem consultado advogados na Trump Tower, em Nova York, enquanto se prepara para enfrentar acusações criminais históricas nesta terça-feira (04/04).

Ele está sendo investigado pela suposta ocultação de um pagamento, pouco antes da eleição presidencial de 2016, para comprar o silêncio de uma ex-atriz pornô que diz que eles fizeram sexo. Ele nega qualquer irregularidade.

Medidas adicionais de segurança estão em vigor, à medida que as autoridades esperam protestos fora do tribunal de Manhattan nesta terça-feira.

Trump, de 76 anos, é o primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a se tornar réu em um processo criminal.

"CAÇA ÀS BRUXAS", escreveu o republicano na Truth Social, sua plataforma de rede social, pouco antes de deixar sua residência na Flórida com destino a Nova York na segunda-feira — uma jornada que contou com ampla cobertura na televisão americana.

Na manhã desta terça-feira, dezenas de policiais e oficiais de justiça, assim como agentes do Serviço Secreto, devem escoltar Trump pelas ruas de Nova York até o tribunal .

As acusações que ele enfrenta serão divulgadas na íntegra durante a audiência, marcada para 15h15 (14h15, no horário local).

A expectativa é de que o ex-presidente se apresente primeiro no escritório do promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg. E, na sequência, participe da primeira audiência judicial do caso — o que significa que as acusações contra ele serão lidas, e ele vai se declarar culpado ou inocente perante um juiz.

Os advogados de Trump já disseram que ele se vai declarar inocente.

Joe Tacopina, da equipe jurídica que defende o ex-presidente, prometeu que qualquer acusação será combatida veementemente.

"Ele é alguém que estará pronto para esta luta", disse Tacopina ao programa This Week, da rede ABC, no último domingo.

"Estamos prontos para esta luta. E estou ansioso para andar com isso o mais rápido possível para isentá-lo."

Trump não será algemado, mas Tacopina acrescentou que outros detalhes da audiência ainda são um mistério.

"É sem precedentes... simplesmente não sei o que esperar", afirmou.

"O que eu espero é que entremos e saiamos de lá o mais rápido possível, que seja... uma audiência típica em que estamos diante do juiz, dizemos 'inocente', definimos cronogramas para apresentar moções e tudo mais... e seguimos em frente e saímos de lá."

Barricadas foram montadas do lado de fora do escritório do promotor distrital de Manhattan
Barricadas foram montadas do lado de fora do escritório do promotor distrital de Manhattan
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Trump está sendo investigado no caso da transferência bancária de US$ 130 mil feita por seu ex-advogado, Michael Cohen, para a ex-atriz pornô Stormy Daniels antes da eleição presidencial de 2016.

Ele nega ter tido relação sexual com Daniels.

Pagar para comprar o silêncio de alguém não é considerado ilegal, mas o promotor de Manhattan está investigando se registros comerciais foram falsificados para cobrir o pagamento.

Trump enfrenta pelo menos uma acusação criminal no caso, de acordo com a imprensa americana. Mas algumas reportagens sugerem que são cerca de 30 acusações.

Os meios de comunicação pressionaram o juiz Juan Merchan a permitir câmeras dentro do tribunal — uma moção contestada pela equipe jurídica de Trump, que disse que "criaria um clima circense".

Mas na noite de segunda-feira, o juiz Merchan determinou que alguns fotógrafos serão autorizados a tirar fotos durante alguns minutos antes do início formal da audiência.

A expectativa é de que o ex-presidente seja liberado sob fiança e volte na noite desta terça-feira para sua residência em Mar-a-Lago, na Flórida, onde planeja fazer um pronunciamento às 21h15 (20h15, horário local).

A viagem dele de Palm Beach para Manhattan na segunda-feira foi acompanhada de perto por milhões de pessoas.

Apoiadores de Trump protestam do lado de fora do escritório do promotor distrital de Manhattan
Apoiadores de Trump protestam do lado de fora do escritório do promotor distrital de Manhattan
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Rastreadores acompanharam seu avião — pintado de vermelho, branco e azul com "Trump" escrito em letras garrafais na lateral — durante o voo de quase quatro horas de West Palm Beach ao aeroporto LaGuardia, no Queens, em Nova York.

O cruzamento em torno da Trump Tower — a residência do ex-presidente em Manhattan — estava lotado de nova-iorquinos e turistas à sua espera.

Dezenas de equipes de imprensa montaram acampamento em cada esquina disponível, enquanto pelo menos cinco helicópteros de canais de notícias sobrevoavam a Quinta Avenida.

Trump acenou para os jornalistas e para a multidão antes de entrar no arranha-céu sob forte esquema de segurança, pouco depois das 17h15 (16h15, horário local).

Manifestante perto da Trump Tower
Manifestante perto da Trump Tower
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Ele passou a noite de segunda-feira na Trump Tower consultando assessores jurídicos, uma equipe que cresceu com a inclusão do ex-promotor federal Todd Blanche, um advogado de defesa especializado em crimes de colarinho branco que anteriormente representou o ex-presidente da campanha de Trump, Paul Manafort.

A campanha de Trump para a Casa Branca em 2024 arrecadou mais de US$ 8 milhões desde que as notícias do indiciamento dele foram divulgadas na semana passada, de acordo com sua equipe.

Em uma coletiva de imprensa na segunda-feira, o prefeito da cidade de Nova York, Eric Adams, alertou qualquer potencial "agitador" para "se controlar".

A congressista Marjorie Taylor Greene, eleita pela Geórgia, planeja realizar uma manifestação pró-Trump perto do tribunal nesta terça-feira.

Diferentemente dos dias que antecederam o motim realizado por apoiadores de Trump no Capitólio em 2021, as autoridades de Nova York afirmam que não viram nenhum fluxo de manifestantes rumo à cidade nos últimos dias.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse na segunda-feira a jornalistas que não tinha preocupação com a agitação em Nova York:

"Tenho fé no Departamento de Polícia de Nova York".

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