Os quatro odores que são sentidos por cães farejadores após catástrofes como o terremoto no México
De suas habilidades dependem esperanças de sobreviventes soterrados debaixo de escombros; terremoto de magnitude 7,1 atingiu país na última terça-feira e deixou mais de 300 mortos.
A tragédia envolvendo o recente terremoto no México voltou a lançar luz sobre a capacidade dos cães farejadores usados em buscas e resgates durante catástrofes.
Isso porque de suas habilidades dependem as esperanças dos sobreviventes soterrados debaixo dos escombros.
A principal ferramenta desses cães é o olfato, uma vez que são especificamente treinados para localizar odores que emanam das profundezas de edifícios desmoronados, a maioria imperceptíveis para nós seres humanos.
O jornal mexicano El Universal acompanhou Oporto, um pastor belga das Forças Armadas do país em uma de suas frenéticas jornadas nas operações de resgate que são realizadas na Cidade do México após o terremoto da última terça-feira.
Oporto foi treinado para identificar quatro tipos de odores que são desprendidos pelos seres humanos afetados por catástrofes desse tipo.
Trata-se do odor de uma pessoa com pouco ar para respirar, do osso humano queimado, do estresse liberado especificamente em situações-limite e da decomposição dos cadáveres.
Embora os cães possam ser adestrados para farejar outros odores, esses são os essenciais para um desastre como o vivenciado pelo México.
Células
Segundo a Ohio Valley Search and Rescue, organização com sede nos EUA especializada em busca e resgate, o olfato dos cachorros é ativado por cerca de 40 mil células que se desprendem do tecido humano por minuto.
Ao flutuarem no ar, permitem que os animais sigam seu rastro.
A transpiração dos corpos vivos, ou a decomposição dos mortos são, entre outros processos, os que ativam a difusão desses odores.
Ainda assim, segundo o site especializado Adiestrador Canino de España, há diversos fatores que podem dificultar o processo, como as correntes de ar ou a umidade.
Quando detectam alguns desses odores para os quais estão treinados, cães como Oporto param sobre o local e começam a latir ou a esfregar suas patas no solo para chamar a atenção dos socorristas.
São animais bem treinados e corajosos, capazes de cumprir sua missão em ambientes adversos.
Trabalham contra o tempo e também com poucas horas de descanso assim como seus guias do Exército e o restante das equipes de emergência.
Entornos hostis
Os cães farejadores devem ser capazes de concluir seu trabalho em locais barulhentos e perigosos, em meio ao som de ambulâncias, escavadeiras e outros veículos.
Um risco que eles enfrentam é o de novos desabamentos na área afetada.
Esses cachorros também costumam sempre trabalhar com o mesmo guia para reforçar a relação de confiança entre ambos.
Também precisam ser resistentes a temperaturas extremas, ao pó e à fumaça.
E têm que saber trabalhar simultaneamente com outros cães.
Pastor alemão, labrador, golden retriever ou pastor belga, como Oporto, são algumas das raças empregadas para situações desse tipo.
Na última terça-feira, a região central do México foi atingida por um terremoto de magnitude 7,1 que deixou pelo menos mais de 300 mortos.
Socorristas continuam trabalhando em busca de sobreviventes, embora as esperanças de encontrar pessoas com vida sejam cada vez menores.