Rússia testa na Síria "suas armas mais modernas", diz Otan
A Rússia está testando na Síria "algumas de suas armas mais modernas", ao mesmo tempo em que realiza uma impressionante movimentação militar, alertou nesta quinta-feira o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.
"O que está ocorrendo na Síria é certamente de importância para a Otan, porque vemos que a Rússia está testando na Síria algumas de suas armas mais modernas", disse Stoltenberg em entrevista coletiva na sede da Aliança Atlântica onde se reúnem os ministros da Defesa.
O principal responsável aliado acrescentou que também lhes inquieta que essa maior presença russa esteja ligada à violação do espaço aéreo aliado e que não consista apenas em forças terrestres, mas também navais, no leste do Mediterrâneo.
Stoltenberg explicou que os ministros da Defesa aliados abordaram essa escalada da atividade militar russa na Síria, e que estiveram de acordo que a situação cria "graves preocupações".
"Peço à Rússia que desempenhe um papel construtivo na luta contra o Estado Islâmico (EI). As ações russas e o apoio ao regime (sírio) não ajudam", comentou.
Stoltenberg também reiterou que as recentes violações do espaço aéreo turco por aviões russos são "inaceitáveis" e indicou que a Otan segue a situação com atenção.
Por outra parte, o secretário-geral explicou que a Otan decidirá antes do final do ano os níveis de forças e os locais onde se estabelecerão as tropas que permanecerão no Afeganistão, outro assunto tratado na reunião ministerial.
Durante a reunião, os ministros passaram em revista "os últimos eventos no Afeganistão" e a situação em Kunduz, incluindo o ataque dos Estados Unidos a um hospital da Médicos sem Fronteiras, assinalou.
"Sublinhamos a importância de uma completa, profunda e transparente investigação" sobre esse incidente, disse Stoltenberg, acrescentando que as forças de segurança afegãs lideram as tarefas de segurança no país e que a Otan seguirá oferecendo seu respaldo.
"Avaliaremos mais ainda a situação de segurança conforme nos preparamos para tomar decisões" sobre o futuro da atual missão da Otan no Afeganistão, que realiza tarefas de assessoria e formação, assinalou Stoltenberg.