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Padre chama papa Francisco de herege durante missa na Itália

Vigário de Borgio Verezzi foi punido com uma ação disciplinar

4 nov 2020 - 09h35
(atualizado às 10h26)
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O vigário da cidade italiana Borgio Verezzi, dom Fabio Ragusa, criticou o papa Francisco durante uma missa e o chamou de "um herege que deve ser convertido", ao comentar as declarações do argentino sobre as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo.

Vigário de Borgio Verezzi foi punido com uma ação disciplinar
Vigário de Borgio Verezzi foi punido com uma ação disciplinar
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

A declaração foi dada por duas vezes nas missas da manhã e da noite do último domingo (1º) e provocou a ira dos fiéis. "Indigno, herege e necessitando de conversão", disse o religioso na homilia.

Na primeira celebração, Ragusa foi apenas criticado, mas na segunda os fiéis abandonaram a igreja e se queixaram para o padre oficial.

"Recebi uma avalanche de mensagens dos fiéis sobre o que tinha acontecido pela manhã e temia que acontecesse de novo. Alguns fiéis choravam ao telefone, outros me disseram que não iriam mais à igreja se dom Ragusa celebrasse a missa", contou o sacerdote Joy Thottamkara.

Thottamkara, que esteve presente na missa da noite de domingo, chegou a intervir e interrompeu Ragusa: "você está fora do assunto a respeito do Evangelho, termine a homilia e continue a missa".

O episódio foi levado para o bispo da região, monsenhor Guglielmo Borghetti, que suspendeu o vigário. "Nenhum sacerdote se deve permitir pronunciar palavras semelhantes contra o papa Francisco. Uma ação disciplinar será tomada contra Ragusa que limitará a sua atividade e ele deixará de ser vigário paroquial de Borgio Verezzi", afirmou.

A polêmica está relacionada às declarações de Jorge Bergoglio no documentário "Francesco", onde ele comenta as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo e pontua que "as pessoas homossexuais têm o direito de estar em família, são filhos de Deus, têm o direito à família".

Na entrevista, Francisco falou sobre a legislação argentina que igualava os matrimônios heteros e homoafetivos, acrescentando que, no contexto específico, é preciso fazer uma lei de convivência civil, porque eles têm o direito de serem cobertos legalmente.

Ansa - Brasil
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