Países da UE precisam se coordenar contra interferência russa em eleições, diz presidente romeno
O presidente da Romênia, Klaus Iohannis, disse que os Estados da UE devem trabalhar juntos para combater a interferência russa em suas eleições, após parlamentares romenos dizerem que sua votação presidencial anulada foi alvo de ataques cibernéticos, desinformação e propaganda.
Iohannis, que permanecerá no cargo após o término de seu mandato em 21 de dezembro, até que a eleição seja repetida, disse nesta quarta-feira que levantará as questões com outros líderes europeus em uma cúpula da UE na quinta-feira.
O tribunal superior da Romênia anulou a eleição presidencial dois dias antes do segundo e último turno de votação em 8 de dezembro, após a vitória surpreendente no primeiro turno de um crítico da Otan de extrema-direita relativamente desconhecido.
O tribunal tomou sua decisão com base em cinco documentos desclassificados pelo principal conselho de segurança do Estado da UE e da Otan, que alegou interferência russa, mas forneceu poucas provas concretas de envolvimento direto. A Rússia negou qualquer interferência.
"Estamos discutindo essas questões há anos, mas é um longo caminho entre saber que o perigo existe até encontrar provas concretas do que aconteceu", disse Iohannis a repórteres em Bruxelas.
"Esses ataques não são assinados 'Com amor, do Leste'. Não, eles são muito difíceis de documentar. Precisamos encontrar instrumentos concretos e procedimentos corretos para podermos nos defender desses ataques."
No final da terça-feira, um comitê parlamentar romeno disse que concordava que ataques cibernéticos e desinformação haviam sido usados para apoiar candidatos eurocéticos, após analisar dados confidenciais do serviço de inteligência estrangeira do país.
A Comissão Europeia abriu um processo formal na terça-feira contra a empresa de mídia social TikTok por suspeitar que houve falha em limitar a interferência eleitoral, principalmente na votação romena.