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Panamá Papers

Documentos comprovariam propinas a dirigentes da Conmebol

3 abr 2016 - 19h12
(atualizado em 4/4/2016 às 16h07)
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Os documentos da empresa panamenha Mossack Fonseca revelados neste domingo  (3), comprovariam supostos pagamentos de suborno do ex-presidente da Conmebol, o paraguaio Nicolás Leoz, e outros dirigentes do alto escalão da entidade.

Eugenio Figueredo é ex-presidente da Conmebol
Eugenio Figueredo é ex-presidente da Conmebol
Foto: Stuart Franklin / Getty Images

De acordo com a apuração do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, que reúne diversos veículos de imprensa do mundo, a Conmebol vendeu por cerca de US$ 98 milhões (R$ 348,2 milhões), os direitos de transmissão em TV da Taça Libertadores, referente ao período de 2008 a 2018, após terem sido destinados grandes somas em propinas para dirigentes.

Leoz, que ficou a frente da entidade entre 1986 e 2013, o ex-secretário-geral, o argentino Eduardo Deluca, entre outros integrantes da diretoria, receberam garantia de pagamentos por 20 anuais pelo prazo de 20 anos.

Os arquivos da Mossack Fonseca dão mais detalhes da operação de comercialização dos direitos de transmissão, que foram assinados por Leoz e Deluca com diversas empresas, e que a justiça dos Estados Unidos considerou parte de um esquema de suborno.

Leoz, de 87 anos, está em prisão domiciliar no Paraguai, aguardando definição sobre o pedido de extradição para o território americano. Deluca, de 75 anos, é considerado procurado internacionalmente, e já solicitou pedido de prisão domiciliar.

Os documentos da empresa panamenha também envolvem outros dirigentes do futebol sul-americano, como o também ex-presidente da Conmebol, o uruguaio Eugenio Figueredo, sucessor de Leoz, que está em prisão preventiva em Montevidéu, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.

Os documentos vazados também apontam pagamentos de propinas ao ex-presidente da Conmebol, Nicolás Leoz, que comandou a entidade entre 1986 e 2013, e outros importantes dirigentes.

Os nomes de Jérome Valcke, ex-secretário-geral da Fifa, e de Michel Platini, presidente suspenso da Uefa, também constam na lista da Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e patrimônios, que supostamente ajuda na criação de empresas de fachada.

Entre os clientes da empresa, ainda estariam o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o da Argentina, Mauricio Macri, assim como jogador de futebol argentino Lionel Messi, a irmã do rei Don Juan Carlos, da Espanha, Dona Pilar de Borbón, e o diretor de cinema espanhol Pedro Almodóvar.

Peñarol

O presidente do Peñarol, Juan Pedro Damiani, ironizou neste domingo (3) as denúncias feitas contra ele nos documentos vazados.

"O Peñarol foi o primeiro clube contra que denunciou as irregularidades da Conmebol. Inclusive, em fevereiro de 2014 enviamos uma carta à Fifa exigindo que ela averiguasse essas irregularidades. Quando o assunto passou para a Justiça também fizemos a correspondente denuncia. É engraçado ser denunciante e denunciado", brincou o cartola em entrevista à emissora "Tenfield".

"O lado bom é que me colocaram ao lado de Messi, Putin e Macri. É grave que acusem as pessoas com essa leviandade. Sem dúvidas, são a resposta de pessoas incomodadas com as denúncias que nós fizemos", ressaltou o presidente do clube uruguaio.

Além de ser mencionado nesse novo escândalo, Damiani está sendo investigado por sua ligação com o uruguaio Eugenio Figueiredo, ex-vice-presidente da Fifa e ex-presidente da Conmebol, acusado de fraude e lavagem de dinheiro no período em que comandou a entidade máxima do futebol sul-americano, e que agora cumpre prisão domiciliar em Montevidéu.

Segundo as informações divulgadas hoje, a Mossack Fonseca comunicou aos seus clientes que "infelizmente" foi alvo de um ataque cibernético, e que as informações que mantém poderiam ter sido comprometidos.

Dados de empresa panamenha expõem políticos e personalidades:
EFE   
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