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Papa aceita renúncia e ordena reclusão de cardeal nos EUA

McCarrick foi nomeado cardeal por João Paulo II e participou do conclave de abril de 2005 no qual Bento XVI foi eleito pontífice

28 jul 2018 - 13h54
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O papa Francisco ordenou que o cardeal e arcebispo emérito de Washington, Theodore McCarrick, permaneça afastado de suas funções e recluso até que sejam esclarecidas as acusações de abuso sexual contra ele em um julgamento canônico.

Cardeal Theodore Edgar McCarrick durante entrevista no Vaticano em 2013
Cardeal Theodore Edgar McCarrick durante entrevista no Vaticano em 2013
Foto: Alessandro Bianchi / Reuters

A Santa Sé informou neste sábado, 28, em comunicado que o papa recebeu na tarde de ontem uma carta na qual o prelado americano apresentava sua renúncia como membro do Colégio Cardinalício.

Francisco aceitou a renúncia "e determinou a suspensão" de McCarrick "no exercício de qualquer ministério público, assim como a obrigação de que permaneça em uma casa que lhe será atribuída para uma vida de oração e penitência".

Assim deverá viver McCarrick "até que as acusações dirigidas contra ele sejam esclarecidas por um processo canônico regular".

O religioso, de 88 anos, foi acusado de cometer abusos sexuais em uma série de episódios que remontam ao início de sua carreira religiosa, há quase 50 anos, quando era padre na arquidiocese de Nova York.

McCarrick sempre negou as acusações e mostrou sua surpresa em um comunicado, no qual assinalou que tinha colaborado "plenamente" com uma investigação do Vaticano.

A arquidiocese nova-iorquina informou em 20 de junho que uma comissão de investigação tinha determinado que as acusações contra o sacerdote "estavam fundamentadas e eram críveis".

Por isso, o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, seguindo as instruções do papa, ordenou que McCarrick abandonasse o serviço público, segundo a nota.

Esta não é a primeira vez que um cardeal americano é afetado por acusações de abuso sexual, alegações que atingiram com maior virulência as arquidioceses de Boston e Nova York.

No dia 20 de julho, um homem rompeu seu silêncio depois de 40 anos e garantiu ao jornal New York Times que o cardeal McCarrick tinha abusado dele quando era menor de idade, uma situação que supostamente tinha se prolongado por duas décadas.

McCarrick foi nomeado cardeal por João Paulo II e participou do conclave de abril de 2005 no qual Bento XVI foi eleito pontífice. /EFE

Estadão
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