Papa alerta que guerra e egoísmo ameaçam projetos de jovens
Hospitalizado, Francisco enviou mensagem por 'Dia das Vocações'
Internado há mais de um mês para tratar uma pneumonia bilateral, o papa Francisco alertou nesta quarta-feira (19) para a falta de rumo e a "crise de sentido" que afeta as novas gerações, enfatizando que as guerras e o egoísmo ameaçam os projetos dos jovens.
A mensagem intitulada "Peregrinos da esperança: o dom da vida" foi enviada do Hospital Policlínico Agostino Gemelli, em Roma, para o "Dia Mundial de Oração pelas Vocações", que será celebrado no próximo dia 11 de maio.
"No nosso tempo, muitos jovens sentem-se perdidos diante do futuro. Muitas vezes, eles experimentam a incerteza sobre as perspectivas de trabalho e, mais profundamente, uma crise de identidade que é uma crise de sentido e de valores, e que a confusão digital torna ainda mais difícil de superar", escreveu o Pontífice.
No texto, o líder da Igreja Católica destaca que "as injustiças para com os fracos e os pobres, a indiferença do bem-estar egoísta, a violência da guerra ameaçam os projetos de uma vida boa que eles cultivam em suas almas".
A mensagem apresenta-se como um "convite alegre e encorajador" para inspirar em cada jovem "a consciência de ser amado, chamado e enviado como peregrino da esperança".
"Queridos jovens, a esperança em Deus não desilude, porque Ele guia todos os passos daqueles que confiam nele. O mundo precisa de jovens que sejam peregrinos da esperança, corajosos na dedicação da sua vida a Cristo, cheios de alegria pelo próprio fato de serem seus discípulos-missionários", ressalta.
De acordo com Jorge Bergoglio, "a vocação é um dom precioso que Deus semeia nos corações, um apelo a sair de si mesmo para empreender um caminho de amor e de serviço". Desta forma, "cada vocação na Igreja - seja leiga, seja para o ministério ordenado ou para a vida consagrada - é um sinal da esperança que Deus tem para o mundo e para cada um dos seus filhos".
O Santo Padre responsabiliza ainda os "membros adultos da Igreja" na missão de "acolher, discernir e acompanhar o caminho vocacional das novas gerações" e desafia os jovens a "fazer da vida um dom de amor".
Por fim, alerta aos jovens que o mundo os "impele a fazer escolhas precipitadas, a encher os seus dias de barulho, impedindo-os de experimentar um silêncio aberto a Deus, que fala ao coração". No entanto, é preciso ter coragem "de parar, de ouvir dentro de vocês e de perguntar a Deus o que Ele sonha para vocês".
"O silêncio da oração é indispensável para 'ler' o chamado de Deus na sua própria história e para dar uma resposta livre e consciente", conclui o religioso, destacando que "o mundo procura, muitas vezes inconscientemente, testemunhas de esperança, que proclamem com a sua vida que seguir Cristo é fonte de alegria". .