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Papa apela a mafiosos para mudarem ou "acabarão no inferno"

As palavras de Francisco lembraram as João Paulo 2º, que, em 1993, fez um chamado aos mafiosos: "um dia vocês terão de enfrentar o julgamento de Deus"

21 mar 2014 - 20h52
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As palavras de Francisco lembraram as João Paulo 2º, que, em 1993, fez um chamado aos mafiosos: "um dia vocês terão de enfrentar o julgamento de Deus"
As palavras de Francisco lembraram as João Paulo 2º, que, em 1993, fez um chamado aos mafiosos: "um dia vocês terão de enfrentar o julgamento de Deus"
Foto: Reuters

O papa Francisco, em uma cerimônia realizada anualmente para lembrar as centenas de pessoas assassinadas pela máfia italiana, fez um apelo solene aos mafiosos para mudarem ou então "acabarão no inferno".

A máfia continua a atormentar grande parte do sul da Itália: somente na segunda-feira, um menino de 4 anos de idade, foi morto a tiros, junto com sua mãe e o namorado dela, perto da cidade sulista de Taranto, em uma ação da qual a máfia é suspeita.

No final de uma cerimônia emotiva em Roma, em que os familiares de pessoas assassinadas leram os nomes de cerca de 900 vítimas dos criminosos, o papa disse que a máfia "não tem piedade nem mesmo com uma criança".

"Você tem poder e dinheiro agora de um negócio muito sujo e com muitos crimes da máfia. É dinheiro com sangue e poder com sangue, e você não pode levá-los consigo para a vida após a morte", disse Francisco em uma igreja de Roma lotada com quase 900 parentes, muitos dos quais seguravam as fotos dos entes queridos mortos.

"Homens e mulheres da máfia, por favor, mudem as suas vidas. Se transformem. Parem de fazer o mal ... Ainda há tempo para ficar fora do inferno. Isso é o que está esperando por vocês, se vocês continuarem neste caminho."

As palavras de Francisco lembraram as João Paulo 2º, que, em 1993, fez um chamado aos mafiosos para "se arrependerem, porque um dia vocês terão de enfrentar o julgamento de Deus".

A posição do papa é importante porque, de acordo com investigadores, chefes da máfia muitas vezes procuram estabelecer laços estreitos com os sacerdotes locais, como forma de mostrar que a sua autoridade é reconhecida até mesmo pela Igreja.

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