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Papa apela por 'comunicação não hostil' que 'construa pontes'

Francisco pediu a jornalistas compromisso contra desinformação

24 jan 2025 - 08h51
(atualizado às 09h49)
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O papa Francisco fez um apelo nesta sexta-feira (24) por uma "comunicação não hostil", que ajude a ouvir "o grito dos últimos" e seja capaz de "construir pontes" em um mundo "marcado pela desinformação e polarização".

    A mensagem foi publicada por ocasião do "59º Dia Mundial das Comunicações Sociais" e coincide com o Jubileu dos Comunicadores, que reunirá milhares de jornalistas neste fim de semana, em Roma.

    "Em nosso tempo marcado pela desinformação e pela polarização, onde alguns centros de poder controlam uma massa sem precedentes de dados e informações, dirijo-me a vocês com a consciência de quão necessário é - hoje mais do que nunca - o vosso trabalho como jornalistas e comunicadores", declarou ele.

    No dia da festa litúrgica de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas, o argentino enfatiza que o "compromisso corajoso" dos profissionais "é necessário para colocar a responsabilidade pessoal e coletiva para com os outros no centro da comunicação".

    "Hoje em dia, com muita frequência, a comunicação não gera esperança, mas sim medo e desespero, preconceitos e rancores, fanatismo e até ódio", adverte, lembrando que muitas vezes "simplifica a realidade para provocar reações instintivas".

    De acordo com Francisco, as palavras são usadas como uma lâmina, até mesmo informações falsas ou artisticamente distorcidas, para enviar mensagens destinadas a excitar a mente das pessoas para provocar, para ferir".

    "Já reiterei várias vezes a necessidade de 'desarmar' a comunicação, de purificá-la das agressões", enfatiza o Pontífice, segundo o qual "nunca dá bons frutos reduzir a realidade a slogans".

    Francisco também expressou preocupação com a "dispersão programada da atenção" que "através dos sistemas digitais, ao traçarem-nos perfis de acordo com a lógica do mercado, modificam a nossa percepção da realidade" e "identificam um 'inimigo' contra o qual atacar verbalmente parece essencial para a autoafirmação".

    "Todos nós vemos como - desde os programas de entrevistas na televisão até às guerras verbais nas redes sociais - corre o risco de prevalecer o paradigma da competição, da oposição, do desejo de dominação e posse, da manipulação da opinião pública", observa.

    Jorge Bergoglio advertiu ainda que "muitas vezes assistimos, impotentes, a uma espécie de atomização de interesses, e isso acaba por minar os fundamentos do nosso ser comunidade, a capacidade de trabalhar em conjunto por um bem comum, de ouvir uns aos outros, para entender as razões do 'outro'".

    "Parece então que identificar um 'inimigo' contra quem se pode atacar verbalmente é indispensável para se afirmar", alertou.

    Para o Papa, porém, "não podemos nos render a esta lógica", porque "a esperança é uma virtude escondida, tenaz e paciente" e, para os cristãos, esperar "não é uma escolha opcional, mas uma condição essencial".

    Na mensagem, o líder da Igreja Católica destacou também que sonha com "uma comunicação que seja capaz de falar ao coração, de despertar reações não passionais de fechamento e raiva, mas atitudes de abertura e amizade; capaz de focar na beleza e na esperança mesmo nas situações aparentemente mais desesperadoras; de gerar comprometimento, empatia, interesse pelos outros".

    Além disso, disse desejar uma "comunicação que nos ajude a reconhecer a dignidade de cada ser humano e a cuidar da nossa casa comum", que não venda ilusões ou medos, mas seja capaz de dar razões para a esperança.

    Para isso, ele enfatiza que "devemos curar-nos das 'doenças' do protagonismo e da autorreferencialidade, evitar o risco de discursos inúteis e que quem ouve, lê ou vê possa participar, possa sentir-se incluído".

    "Encorajo-vos, portanto, a descobrir e a contar tantas histórias bem escondidas" porque "é lindo encontrar estas sementes de esperança e torná-las conhecidas. Ajude o mundo a ser um pouco menos surdo ao grito dos últimos, um pouco menos indiferente, um pouco menos fechado", explica Francisco.

    Por fim, ele apelou para todos serem "testemunhas e promotores de uma comunicação não hostil, que difunda uma cultura de cuidado, construa pontes e penetre os muros visíveis e invisíveis do nosso tempo".

    E "diante das vertiginosas conquistas da tecnologia, convido-vos a cuidar dos vossos corações", afirma, enumerando "algumas pistas" como "nunca esquecer o rosto do outro" ou "praticar a comunicação que sabe como curar as feridas da nossa humanidade." .

Ansa - Brasil
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