Papa beija tatuagem de sobrevivente de campo de concentração
Francisco ouviu atentamente enquanto um padre polonês que acompanhava lhe contava a história da sobrevivente dos horrores nazistas
O papa Francisco beijou o número tatuado no braço de uma sobrevivente de experimentos médicos no campo de concentração nazista de Auschwitz quando ela lhe foi apresentada nesta quarta-feira, 26.
O papa ouviu atentamente enquanto um padre polonês que acompanhava Lidia Maksymowicz, de 80 anos, lhe contava a história da sobrevivente. Depois ela arregaçou a manga esquerda para lhe mostrar o número - 70072. Ele o beijou e ela o abraçou.
Maksymowicz e a família foram levados de sua casa em Belarus ao campo de extermínio nazista na Polônia ocupada pelos alemães em dezembro de 1943, pouco antes de seu terceiro aniversário. Ela foi colocada em um alojamento infantil, onde foi submetida, junto com outros, a experimentos médicos do doutor Josef Mengele, de acordo com um documentário sobre sua vida. Mengele, inclusive, morou no Brasil após fugir da Alemanha durante a guerra. Em 1979, ele morreu afogado em uma praia de Bertioga, no litoral paulista.
Após a liberação do campo, em 1945, soldados russos supuseram que sua mãe, Anna - tatuada com o número 70071 - estivesse morta. Ela foi adotada e criada por uma família católica polonesa.
Nascida Ludmila Boczarowa, ela não sabia que sua mãe biológica havia sobrevivido, e as duas se reencontraram pouco antes da morte desta, no início dos anos 1960.
Maksymowicz, que mora em Cracóvia, na Polônia, é o tema de um documentário chamado '70072: The Girl Who Couldn't Hate. The True Story of Lidia Maksymowicz'. Ela se encontra com jovens em escolas com frequência para debater os perigos do extremismo e do populismo.
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