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Papa cobra eliminação de dívida externa de países pobres

Francisco denunciou 'débito ecológico' do Norte global

12 dez 2024 - 08h15
(atualizado às 09h04)
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O papa Francisco cobrou nesta quinta-feira (12) o perdão da dívida externa de países em desenvolvimento, como forma de compensar o "débito ecológico" de nações do Norte global com o Sul.

    O apelo está na mensagem do pontífice para o próximo Dia Mundial da Paz, iniciativa promovida anualmente pelo Vaticano em 1º de janeiro.

    "Convido a comunidade internacional para que atue no sentido de perdoar a dívida externa, reconhecendo a existência de uma dívida ecológica entre o Norte e o Sul do mundo. É um apelo à solidariedade, mas sobretudo à justiça", diz o Papa no texto.

    "Não me canso de repetir que a dívida externa se tornou um instrumento de controle, através do qual alguns governos e instituições financeiras privadas dos países mais ricos não hesitam em explorar indiscriminadamente os recursos humanos e naturais dos países mais pobres para satisfazer as necessidades dos seus próprios mercados", acrescenta Francisco.

    Segundo Jorge Bergoglio, "várias populações já sobrecarregadas pela dívida internacional" também se veem obrigadas a "suportar o peso da dívida ecológica dos países mais desenvolvidos". "A dívida ecológica e a dívida externa são dois lados da mesma moeda, desta lógica de exploração", salienta.

    Na mensagem, o Papa ainda lança um novo apelo pela "eliminação da pena de morte em todas as nações", afirmando que a punição capital "aniquila toda a esperança humana de perdão e renovação, além de comprometer a inviolabilidade da vida".

    Em seguida, propõe a criação de um "fundo mundial" para "eliminar definitivamente a fome e facilitar atividades educativas nos países mais pobres" em prol do desenvolvimento sustentável, financiado por "uma percentagem fixa do dinheiro gasto em armamentos".

    "Que 2025 seja um ano em que a paz cresça! Aquela paz verdadeira e duradoura, que não se detém nas querelas dos contratos ou nas mesas dos compromissos humanos", diz. .

Ansa - Brasil
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