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Papa cria nova comissão de estudos sobre diaconisas

Primeiro comitê, instituído em 2016, não produziu resultados

8 abr 2020 - 08h09
(atualizado às 09h12)
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O papa Francisco instituiu uma nova comissão de estudos sobre o diaconato feminino.

Papa Francisco na missa do Domingo de Ramos
Papa Francisco na missa do Domingo de Ramos
Foto: EPA / Ansa - Brasil

A decisão foi tomada durante uma reunião feita recentemente com o cardeal Luis Francisco Ladaria Ferrer, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

O colegiado será presidido pelo arcebispo de L'Aquila (Itália), cardeal Giuseppe Petrocchi, e terá como secretário o padre Denis Dupont-Fauville, oficial da Congregação para a Doutrina da Fé.

Um grupo de 10 professores de sete países (Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Reino Unido, Suíça e Ucrânia) completará a comissão. Francisco já havia instituído um comitê semelhante em 2 de agosto, que entregou seu relatório em dezembro de 2018.

Em maio de 2019, ao ser questionado sobre os resultados da discussão, o Papa disse que a comissão havia trabalhado "bastante", mas que a conclusão não era "grande coisa". "É um assunto que precisamos estudar, porque não posso fazer um decreto sacramental sem um fundamento teológico e histórico", afirmou na ocasião.

Segundo Jorge Bergoglio, é preciso "buscar se havia algo no início da Revelação". "Se não havia nada, se o Senhor não quis o ministério, o ministério sacramental então não é para as mulheres", disse o Papa em 2019.

A Igreja Católica conta com três ministérios ordenados: o episcopado (bispos), o presbiterado (padres) e o diaconato (diáconos). Estes últimos se dividem entre transitórios, que são aqueles que ainda estão no caminho do sacerdócio, ou permanentes, homens já casados ou que pretendem se casar.

O diácono pode batizar, realizar casamentos, evangelizar, catequisar e celebrar a Liturgia da Palavra, mas não está autorizado a fazer a Eucaristia, a confessar ou a dar extrema-unção.

No Sínodo da Amazônia, realizado em outubro, os bispos sugeriram a ordenação de padres casados e de diaconisas para combater a escassez de sacerdotes na floresta, o que abre espaço para o avanço de igrejas neopentecostais e impede que fiéis recebam os sacramentos com regularidade.

Francisco, no entanto, não acolheu nenhuma das propostas, apesar de, em seus discursos, defender uma maior participação das religiosas na vida da Igreja.

Ansa - Brasil
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