Papa critica quem prefere ter cães e gatos em vez de filhos
Segundo Francisco, essa escolha "tira nossa humanidade"
O papa Francisco criticou nesta quarta-feira, 5, as pessoas que abrem mão de ter filhos e preferem criar cães e gatos.
A declaração foi dada durante a audiência geral semanal do líder católico, que voltou a alertar para um "inverno demográfico" provocado pela queda das taxas de natalidade.
"Muitos casais não têm filhos porque não querem, ou então apenas um, mas têm cães e gatos que ocupam o lugar dos filhos. Essa negação da maternidade e da paternidade nos diminui, tira nossa humanidade", disse Jorge Bergoglio.
Segundo o Papa, a civilização também se torna "sem humanidade" por perder a "riqueza da paternidade e da maternidade". "E sofre a pátria que não tem filhos", acrescentou Francisco.
Ainda de acordo com o pontífice, a paternidade e a maternidade são a "plenitude na vida de uma pessoa". Em um de seus últimos discursos de 2021, Bergoglio já havia alertado sobre a queda da natalidade na Itália, cenário definido por ele como "inverno demográfico".
"Parece que muitos perderam a ilusão de andar adiante com filhos. Pensem sobre isso, é uma tragédia", afirmou o Papa na ocasião.
Em novembro passado, o Instituto Nacional de Estatística (Istat), espécie de IBGE da Itália, divulgou um estudo que aponta que a população do país pode diminuir 20% nas próximas cinco décadas, chegando a 47,6 milhões de habitantes em 2070 - hoje são 59,6 milhões.
A projeção se baseia nas atuais tendências demográficas da Itália, que registrou em 2020 o menor número de nascimentos de sua história: 404,1 mil.