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Papa defende cuidado ao próximo como 'vacina para o coração'

Francisco disse que pandemia mostrou essa necessidade

1 jan 2021 - 09h53
(atualizado às 10h15)
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O papa Francisco defendeu nesta sexta-feira(1º) que o ano de 2021 deve ser marcado pelo "cuidado" com os outros, o que pode ser considerado como "uma vacina para o coração".

Papa Francisco vem fazendo uma série de alterações nos órgãos econômicos do Vaticano após escândalos
Papa Francisco vem fazendo uma série de alterações nos órgãos econômicos do Vaticano após escândalos
Foto: EPA / Ansa

A reflexão foi lida durante celebração presidida pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, após o Pontífice cancelar seus compromissos em decorrência de uma dor no nervo ciático.

"Neste ano, enquanto aguardamos um renascimento e novos tratamentos, não negligenciemos o cuidado. Com efeito, além da vacina para o corpo, é necessária a vacina para o coração: é o cuidado", alertou o argentino em um texto proclamado durante a Missa da Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, e Dia Mundial da Paz.

Para Francisco, "será um bom ano se cuidarmos dos outros, como Nossa Senhora faz conosco", porque "é importante educar o coração para o cuidado, para cuidar das pessoas e das coisas".

"Tudo começa daqui, de cuidarmos dos outros, do mundo, da criação. Pouco aproveita conhecer muitas pessoas e muitas coisas, se não cuidarmos delas".

A mensagem do líder da Igreja Católica destaca a importância de "bendizer, em nome de Deus", e de evitar a tentação da maledicência. "O mundo está gravemente poluído por falar mal e pensar mal dos outros, da sociedade, de nós mesmos. De fato, a maledicência corrompe, faz degenerar tudo, enquanto a bênção regenera, dá força para recomeçar", indica.

Francisco ainda elogiou a "concretude paciente" das mulheres, capazes de "tecer os fios da vida" e de a fazer nascer. "Não estamos no mundo para morrer, mas para gerar vida. E a santa Mãe de Deus ensina-nos que o primeiro passo para dar vida àquilo que nos rodeia é amá-lo dentro de nós", sustenta.

Uma semana depois do Natal, o Papa refere que Jesus "nasce de mulher e revoluciona a história com a ternura". A reflexão desafia os fiéis a encontrarem "tempo" para Deus e para os outros, em particular "para quem está só, para quem sofre, para quem precisa de escuta e atenção".

Além da homilia lida por Parolin, Francisco recitou a oração do ângelus na biblioteca do Palácio Apostólico, com transmissão online.

Na ocasião, ele voltou a dizer que que a pandemia da Covid-19 mostrou ao mundo a necessidade de cuidar de todos, desejando que 2021 seja um ano de paz e de esperança.

"Os dolorosos acontecimentos que marcaram o caminho da humanidade no ano passado, especialmente a pandemia, ensinam-nos como é necessário interessar-nos pelos problemas dos outros e compartilhar as suas preocupações", reforçou.

No início de 2021, o Papa desejou que o ano seja dedicado ao "crescimento humano e espiritual".

"Que seja tempo de superar ódio e divisões, e há tantas; que seja hora de nos sentirmos todos mais irmãos, que seja hora de construir e não de destruir, cuidando uns dos outros e da criação", acrescentou.

O desejo dele é "que a paz reine no coração dos homens e nas famílias; no trabalho e lazer; nas comunidades e nações. Nas famílias, no trabalho, nas nações".

Citando a sua mensagem para o 54.º Dia Mundial da Paz, Francisco falou da "cultura do cuidado" e da necessidade de construir "uma sociedade fundada nas relações de fraternidade", com atenção "ao irmão que precisa de uma palavra de conforto, de um gesto de ternura, de ajuda solidária".

"Trata-se de desenvolver uma mentalidade e uma cultura do cuidado, para vencer a indiferença, a rejeição e a rivalidade, que infelizmente prevalecem", enfatizou.

Por fim, o Papa sustentou que a paz "não é apenas ausência de guerra", mas "uma vida cheia de sentido, construída e vivida na realização pessoal e na partilha fraterna com os outros".

"A paz é acima de tudo um dom, dom de Deus. Deve ser implorada com oração incessante, sustentada com diálogo paciente e respeitoso, construída com uma colaboração aberta à verdade e à justiça, sempre atenta às aspirações legítimas das pessoas e dos povos", concluiu.

Ansa - Brasil
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