Papa encerra visita ao Congo e segue para o instável Sudão do Sul
O papa Francisco encerrou uma emocionante visita à República Democrática do Congo nesta sexta-feira e se dirigiu ao vizinho Sudão do Sul, outro país que luta para superar o conflito e a pobreza extrema.
Na véspera de sua chegada ao Sudão do Sul, 27 pessoas foram mortas em um choque entre pastores de gado e uma milícia local.
Pela primeira vez, o papa será acompanhado durante sua estada na capital do Sudão do Sul, Juba, pelo arcebispo de Canterbury e pelo moderador da Igreja da Escócia. Os três líderes cristãos esperam avançar um processo de paz que visa encerrar uma década de conflito, travado principalmente em divisões étnicas.
O pontífice de 86 anos, em sua terceira visita à África subsaariana desde que seu papado começou em 2013, foi recebido com entusiasmo por grandes multidões na capital congolesa, Kinshasa, mas também enfrentou a realidade da guerra, pobreza e fome.
Na quarta-feira, ele ouviu histórias angustiantes de vítimas do conflito no leste do Congo que testemunharam o assassinato de parentes próximos e foram submetidas à escravidão sexual, amputação e canibalismo forçado.
O papa condenou as atrocidades como crimes de guerra e apelou a todas as partes, internas e externas, que conduzem a guerra no Congo para saquear os vastos recursos minerais do país, para pararem de enriquecer com "dinheiro manchado de sangue".
Após um encontro com os bispos congoleses em Kinshasa na manhã desta sexta-feira e uma cerimônia de despedida no aeroporto, seu avião decolou para Juba.
O Sudão do Sul se separou do Sudão para se tornar independente em 2011, após décadas de conflito norte-sul, mas a guerra civil eclodiu em 2013. Apesar de um acordo de paz de 2018 entre os dois principais antagonistas, a violência e a fome ainda atormentam o país.
Francisco deseja visitar o país predominantemente cristão há anos, mas cada vez que o planejamento de uma viagem começava, era adiado por causa da instabilidade local.