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Papa envia carta para freira que atua com comunidade LGBTQIA

Irmã Gramick completou 50 anos de apostolado

8 jan 2022 - 14h32
(atualizado às 15h14)
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Em um novo ato de apoio à comunidade católica LGBTQIA+, o papa Francisco enviou uma carta escrita à mão pelos 50 anos de apostolado da freira norte-americana Jeannine Gramick, conhecida por seu trabalho junto à minoria.

Papa Francisco enviou carta para freira que defende comunidade LGBTQIA+
Papa Francisco enviou carta para freira que defende comunidade LGBTQIA+
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

A revelação do documento foi feita neste sábado (8) pela revista dos jesuítas dos Estados Unidos, a "America", mas a carta foi enviada no dia 10 de dezembro do ano passado.

No documento, Francisco a parabeniza "pelos 50 anos de proximidade, de compaixão e de ternura" em um ministério que descreve como "no estilo de Deus".

"Você não teve medo da 'proximidade' e aproximando-se você o fez sentindo a dor, sem condenar ninguém, mas com a ternura de uma irmã ou de uma mãe. Obrigado, irmã Jeannine", diz o documento.

A religiosa, ao lado do padre Robert Nugent, fundou o Ministério das Novas Vias do Apostolado e acolhem católicos da comunidade LGBTQIA+. O ato é bastante corajoso, especialmente, porque a Igreja Católica nos EUA é uma das mais ultraconservadoras.

Os dois enfrentaram e ainda enfrentam muita resistência das autoridades eclesiásticas locais por oferecerem projetos que educam católicos na ciência, na sociologia e na teologia sobre a homossexualidade. Alguns bispos norte-americanos, inclusive, fizeram grande pressão para a remoção da freira de suas funções.

Quando as autoridades da igreja local se negaram a removê-la da função, a Congregação para a Doutrina da Fé iniciou uma investigação, que durou 11 anos, e que terminou com uma notificação na qual se afirmava que as apresentações da irmã Gramick e do padre Nugent sobre a homossexualidade "não representavam com precisão o mal intrínseco dos atos homossexuais e a desordem objetiva de inclinação homossexual". E ainda baniu os dois de qualquer atividade pastoral ligada a pessoas LGBTQIA+.

E, no mês passado, depois que a Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos removeu de seu site um link para um webinar que seria realizado pelo Ministério das Novas Vias, a mesma instituição revelou que o Papa havia mandado duas cartas elogiando o trabalho do grupo. O link para o webinar foi adicionado novamente no site.

Naqueles envios, Francisco afirmou que sabia o quanto a religiosa "estava sofrendo" e a descreveu como uma "mulher valorosa que toma as suas decisões com a oração".

A postura de Jorge Mario Bergoglio com a comunidade LGBTQIA+, que visa acolher e não julgar, é muito criticada pelos conservadores norte-americanos. .

Ansa - Brasil
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