Papa escreve que 'família é fruto da união de homem e mulher
Francisco viaja à Irlanda no fim de semana para evento da Igreja
O papa Francisco escreveu em sua conta no Twitter nesta sexta-feira (24) que a família é o resultado da união entre homem e mulher.
"A família é o ícone de Deus: a aliança entre um homem e uma mulher gera vida e comunhão", publicou. Francisco participará neste fim de semana do Encontro Mundial das Famílias, que está sendo realizado na Irlanda desde a última terça-feira (21). O encontro tem como tema "O Evangelho da família, alegria para o mundo", e sua última edição ocorreu em setembro de 2015, na Filadélfia, também com a participação do Pontífice.
São esperadas mais de meio milhão de pessoas para a missa que encerrará o evento neste domingo (26), no Phoenix Park, em Dublin. O movimento "Diga não ao Papa" se opõe à visita e promete reservar ingressos para a missa, mas em vez de comparecer ao evento, pretendem fazer uma vigília em túmulo em massa onde estariam enterrados mais de 800 corpos de crianças atribuídos à Igreja do país, na cidade de Tuam, no oeste irlandês. A campanha já conseguiu nove mil apoiadores pelo Facebook.
"Protestos são legítimos, mas fazer as pessoas que querem ir à missa perderem seus ingressos é injusto", disse o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar. "Isso não é um protesto antireligioso, é contra o desrespeito às crenças das pessoas e o direito delas de praticar a fé que queiram", disse Mary Coll, uma das líderes do movimento, que reservou bilhetes em nome dela e de sua mãe biológica, que a entregou para adoção em 1962.
Outro organizador, Mike Stuart diz que "como cidadãos irlandeses, temos direto a um ingresso já que os contribuintes estão pagando pela visita independentemente de sua fé".
O país aprovou em 2015 o casamento entre pessoas do mesmo sexo e, em maio deste ano, a regulamentação do aborto. A última vez que um Papa visitou a ilha europeia foi em 1979, durante o pontificado de João Paulo II. Durante sua visita à Irlanda, Francisco se reunirá com vítimas de pedofilia por parte do clero, após ter divulgado uma "carta ao povo de Deus" criticando a resposta da própria Igreja a casos de abuso sexual.
O grupo internacional Bishop-Accountability divulgou uma lista com mais de 70 membros da Igreja condenados por pedofilia ou citados em relatórios sobre abusos sexuais no país. Uma irlandesa violentada, Marie Collins, chegou a fazer parte da comissão antipedofilia criada pelo Papa, mas abandonou a função por uma suposta falta de cooperação por parte de outros departamentos da Cúria.