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Papa Francisco pede para Colômbia se reconciliar para consolidar paz

8 set 2017 - 20h34
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O papa Francisco pediu nesta sexta-feira aos colombianos céticos sobre o acordo de paz com a antiga guerrilha das Farc um compromisso sincero de reconciliação e perdão para que prosperem os esforços do país em colocar um fim ao conflito e para que possa sair do "pântano da violência e do rancor".

Papa Francisco é cumprimentado ao visitar Villavicencio, na Colômbia
 8/9/2017  REUTERS/Nacho Doce
Papa Francisco é cumprimentado ao visitar Villavicencio, na Colômbia 8/9/2017 REUTERS/Nacho Doce
Foto: Reuters

O pontífice teve uma recepção calorosa na Colômbia, um país de maioria católica, para onde levou uma mensagem de paz e união em busca de curar cicatrizes de uma guerra interna de meio século que deixou 220 mil mortos e milhões de deslocados.

O papa chegou à cidade de Villavicencio, a cerca de 70 quilômetros da capital Bogotá, onde foi recebido por centenas de milhares de eufóricas pessoas vestidas de branco que cantavam "Francisco, amigo, o Lllano está contigo".

O pontífice pediu para colombianos acolherem aqueles que cometeram delitos, reconheceram, se arrependeram e se comprometeram em reparar, como estabelece o acordo de paz com as Farc.

"Colômbia, abra teu coração ao povo de Deus e deixa-te reconciliar. Não temas a verdade nem a justiça. Queridos colombianos: não tenham medo de pedir e de oferecer o perdão", disse o papa em um encontro com vítimas do conflito.

"Não resistam à reconciliação para se aproximarem, se reencontrarem, como irmãos e superarem as inimizades. É hora de sarar feridas, de estender pontes, de eliminar diferenças. É hora de desativar os ódios, renunciar as vinganças e se abrir à convivência baseada na justiça, na verdade", acrescentou.

Em uma missa pela manhã, o papa beatificou o sacerdote Pedro María Ramírez, assassinado em 1948 em meio à violência política, e o bispo Jesús Emilio Jaramillo, executado pela guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN). Os dois religiosos foram declarados "mártires" por razões de fé.

O papa argentino, de 80 anos, disse que os dois novos beatos devem ser vistos como "uma expressão de um povo que deseja sair do pântano da violência e do rancor".

Os colombianos estão profundamente divididos sobre o acordo de paz enquanto se preparam para receber 7.000 ex-membros das Farc na sociedade e superar o ódio da guerra. 

Antes da viagem de Francisco a Villavicencio, o ex-comandante rebelde das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Rodrigo Londoño, agora líder de um novo partido político, pediu perdão ao papa pela dor e sofrimento que o grupo causou durante cinco décadas de guerra no país.

"Suas repetidas expressões sobre a infinita piedade de Deus me levam a pedir pelo seu perdão por quaisquer lágrimas ou dores que nós tenhamos causado à população da Colômbia", disse Londoño, em uma carta aberta para o papa.

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