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Papa pede fim de guerra 'repugnante e sem sentido' na Ucrânia

Pontífice condenou lançamento 'cruel' de bombas contra civis

20 mar 2022 - 10h49
(atualizado às 11h46)
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O papa Francisco voltou a condenar neste domingo (20), durante a cerimônia do Angelus, a guerra na Ucrânia e não poupou termos para definir o conflito iniciado em 24 de fevereiro pela Rússia.

Papa voltou a condenar guerra na Ucrânia
Papa voltou a condenar guerra na Ucrânia
Foto: EPA / Ansa - Brasil

"Infelizmente, a violenta agressão contra a Ucrânia não diminui. Um massacre insensato onde a cada dia se repetem atrocidades e estragos. Não há justificativa para isso. Suplico a todos os atores da comunidade internacional para que se empenhem de verdade em fazer cessar essa guerra repugnante", disse aos mais de 30 mil fiéis que o acompanharam na Praça São Pedro.

Segundo o líder católico, "também nessa semana, mísseis e bombas foram lançados contra civis, idosos, crianças e mulheres grávidas".

Tudo isso é desumano, além de ser um sacrilégio porque vai contra a sacralidade de cada vida humana. Sobretudo, de uma vida humana indefesa, que deve ser respeitada e protegida, não eliminada, e que deve vir acima de qualquer estratégia. Não esqueçamos: é uma crueldade desumana e um sacrilégio. Rezemos em silêncio por todos aqueles que sofrem", acrescentou.

Francisco ainda falou sobre a visita surpresa que fez no sábado (19) no hospital pediátrico Bambino Gesù, onde se reuniu com crianças - e seus familiares - que foram feridas na guerra ou que fugiram para Roma para realizar tratamentos médicos contínuos - como no caso dos pequenos com câncer.

"Fui visitar as crianças feridas que estão aqui em Roma.. em um, falta um braço; outro está ferido na cabeça... são crianças inocentes. Penso também nos milhões de refugiados ucranianos que precisaram fugir deixando tudo para trás e sinto uma grande dor por todos aqueles que sequer têm a chance de escapar", disse ainda.

"Tanto avós, doentes e pobres, separados dos próprios familiares.. tantas crianças e pessoas frágeis que ficam para morrer sob as bombas, sem poder receber ajuda e sem encontrar segurança nem mesmo nos refúgios antibombas. Me consola, ao menos, saber que a população que ficou sob as bombas não tem a falta da proximidade dos pastores, que nesses dias trágicos estão vivendo o Evangelho da caridade e da fraternidade", ressaltou.

No discurso, o chefe da Igreja ainda agradeceu a todos os religiosos e voluntários de órgãos de caridade católicos que permaneceram na Ucrânia e disse que conversou com alguns deles por telefone nos últimos dias.

"Como eles estão próximos do povo de Deus. Obrigado queridos irmãos e irmãs por esse testemunho e pelo apoio concreto que estão oferecendo com coragem a tantas pessoas desesperadas. Penso também no núncio apostólico, que acabou de se tornar núncio, monsenhor Visvaldas Kulbokas, que desde o início da guerra permaneceu em Kiev junto aos seus colaboradores, e com sua presença me torna próximo a cada dia do martirizado povo ucraniano", concluiu.

A guerra na Ucrânia é alvo de pesadas críticas de Francisco em todas as oportunidades, seja nas celebrações oficiais ou em encontros, além das redes sociais. A crise, inclusive, já era assunto de diversos discursos antes mesmo do conflito bélico eclodir, sendo citada frequentemente desde novembro do ano passado. .

Ansa - Brasil
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